quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Proposta de Bolsonaro provocaria rombo de R$ 27 bilhões com reforma tributária

A projeção foi feita pelo economista Sergio Gobetti a pedido do jornal 'Folha de S. Paulo'

Se for implementada tal como propõe, a reforma tributária do candidato à presidência pelo PSL Jair Bolsonaro, geraria um rombo anual de R$ 27 bilhões. A projeção foi feita pelo economista Sergio Gobetti a pedido do jornal 'Folha de S. Paulo'.

De acordo com a reportagem, é provável que Bolsonaro faça as mudanças por meio do corte de subsídios para empresas e de deduções no Imposto de Renda para pessoas físicas, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite a redução de impostos sem a criação de compensações.

Bolsonaro pretende isentar o Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos (R$ 4.770) e adotar de uma alíquota única de 20% para as demais faixas de renda. A mesma alíquota seria usada para a tributação de empresas, que hoje vai de 24% a 34%.

Segundo o economista ouvido pela Folha, a mudança em relação ao imposto de renda de pessoas físicas geraria perdas de R$ 69 bilhões. Já a adoção da mesma alíquota, de 20%, para as empresas provocaria uma queda de R$ 34 bilhões na arrecadação.

Mas a proposta de Bolsonaro também se baseia na aplicação da mesma alíquota de 20% para o pagamento de dividendos, o lucro distribuído para acionistas de empresas. Esta tributação traria ganhos de R$ 76 bilhões. Logo, o resultado destas medidas representaria uma perda de R$ 27 bilhões ao ano.

O candidato à presidência do PT, Fernando Haddad, também quer isentar o imposto de renda para quem ganha até 5 salários mínimos. No entanto, ele defende a criação de uma alíquota de 35% para taxar os que chama de super-ricos - que ganham entre R$ 38,2 mil a R$ 57,2 mil. Segundo a estimativa do PT; só esta taxação dos super-ricos renderia R$ 80 bilhões, o que evitaria os rombos.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Nobel de Economia diz que Bolsonaro o apavora



"A possibilidade de Jair Bolsonaro ganhar as eleições brasileiras me enche de pavor", escreveu o professor.

Nobel de Economia e professor na Universidade Harvard, Eric Maskin se juntou a outros acadêmicos fora do país no repúdio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.

"A possibilidade de Jair Bolsonaro ganhar as eleições brasileiras me enche de pavor", escreveu.

"Por muitos anos, o Brasil parecia estar politicamente no caminho certo: os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula mostraram que os políticos podem diferir em suas políticas, mas ainda assim participar de forma construtiva de uma sociedade democrática. Agora Bolsonaro ameaça destruir as próprias normas da democracia e levar o país de volta a um tempo mais sombrio. Espero fervorosamente que ele seja derrotado."

Sua declaração foi dada em resposta a uma provocação de estudantes, professores e pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, ligados a universidades em Nova York como NYU, Columbia, New School e Cuny.

Outros dois acadêmicos laureados pelo Nobel de Economia, Robert Shiller, e George Akerlof, também já se manifestaram contra Bolsonaro.

Do Noticia ao Minuto

A vitória da psicodelia argumentativa



Dag Vulpi 19/10/2018

A máxima: 'contra fatos não há argumentos', deixou de ser máxima a partir do momento em que os argumentos tornaram-se bolsominizados. Ou melhor, a partir do momento em que eles foram psicodelizados pelos defensores do bolsonarismo.

Não há a menor possibilidade de o bom senso prevalecer num debate onde uma das partes vale-se de “valores” psicodélicos.

Fui até o bar comprar duas Heineken's para degustar enquanto a patroa termina o almoço. Chegando lá, como de costume cumprimentei todos os presentes. Porém, eis que entre eles, após replicar o bom dia, emendou: "E aí Vulpi, mudou de ideia ou vai votar no comunista? Todos aqui votamos no 17, só falta você pra ser feliz". E deu aquela risadinha amarela. 

Eu olhei para os olhos dele e respondi que no primeiro turno eu havia votado no Ciro Gomes, mas que no segundo, estou propenso a votar no Haddad. E emendei: não que ele seja o ideal, mas como seu adversário é muito pior, não vejo outra saída.

Mal terminei a resposta e ele replicou: "Não entendo, como pode uma pessoa que estudou tanto, inteligente e admirado como você pode dizer uma besteira dessas?". Eu sorri, agradeci por ele me considerar inteligente e disse que eu quem não entendia o porque dele considerar, "dizer besteira", minha afirmativa de que o candidato dele seria pior do que o petista. E o desafiei a me dar um bom motivo para votar no 17.

Ele pegou o copo, deu uma bela talagada e afirmou que já sabia que eu faria àquela pergunta e retrucou: "eu tenho só um motivo, mas ele é bom o suficiente. Me refiro ao fato de o candidato do Luladrão, ter distribuído aquele kit gay para as crianças de cinco anos para convencer aqueles anjinhos que o certo é menino gostar de menino e menina gostar de menina". E olhando para o companheiro ao lado o inquiriu: "concorda comigo?". "Com certeza" respondeu o outro.

Aí, percebendo a fragilidade da sua argumentação, sugeri que ele já não teria mais nenhum motivo para votar no 17. Afinal, disse eu, a própria justiça eleitoral já desmentiu o seu candidato e ordenou que fosse tirado da sua campanha qualquer menção em relação ao tal kit gay, pois aquilo era uma FAKE NEWS inventada pelo seu candidato.

Nesse momento o dono do bar chega com minhas cervejas. Eu pago a conta, viro para meu interlocutor e questiono: agora complicou né? Você só tinha um motivo para votar nele e agora não tem mais nenhum! Ele sorriu de volta e rebateu: "você acredita nessa justiça onde só tem comunista? Tudo capanga do Lula? O kit gay existiu sim. O próprio Bolsonaro esfregou ele na cara do Bonner. Você não viu não?".

Eu respondi que vi sim. Despedi-me, e vim pra casa pensando: “não tem mais jeito, a psicodelia argumentativa venceu” .

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Não reeleitos ‘desaparecem’ e Senado sofre para conseguir quorum



Boa parte dos senadores que não foram reeleitos não tem ido trabalhar

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, tem sofrido para conseguir quorum no plenário. O motivo, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, é que boa parte dos senadores não reeleitos “desapareceram” da Casa após o resultados das eleições deste ano.

Na terça-feira (16), por exemplo, a votação da indicação do defensor público federal de Santa Catarina quase não aconteceu.

Chapa de Haddad entra com ação e pede inelegibilidade de Bolsonaro



Coligação quer que TSE apure suposto abuso de poder econômico por parte do candidato do PSL.

A coligação do presidenciável do PT, Fernando Haddad, entrou nesta quarta-feira (17), com uma nova ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar suposto abuso de poder econômico por parte do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, à Presidência da República. A defesa do petista aponta colocação "de forma ilegal" de dezenas de outdoors pelo Brasil. O vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB), também é alvo da ação.

A coligação de Haddad pede, ao fim das investigações, que seja declarada a inelegibilidade de Bolsonaro para os próximos oito anos seguintes à eleição de 2018.

No início do mês, a campanha do petista já havia entrado com uma outra ação similar, contestando o apoio de uma empresa de ar condicionado à candidatura de Bolsonaro.

A defesa do candidato do PT aponta levantamento da Procuradoria-Geral Eleitoral que identificou em 33 municípios a presença de outdoors com padrões e mensagens semelhantes, distribuídos em 13 Estados, "comprometendo de forma clara o próprio processo eleitoral", alega a campanha, que anexou na ação fotos de alguns dos outdoors.

Para os advogados de Haddad, a uniformidade das peças publicitárias estampadas nos painéis releva a existência de uma "ação orquestrada", não sendo uma "singela manifestação de apoiadores desavisados".

Eles também alegam que a campanha do oponente tem "total conhecimento das práticas". "O caráter eleitoral do conteúdo dos outdoors é evidente, além de demonstrar potencial suficiente a comprometer o equilíbrio do pleito eleitoral de 2018", afirmam.

Segundo a campanha do petista, a ausência do CNPJ nas peças indicam que os custos para sua produção e locação do espaço publicitário não estarão nas prestações de contas eleitorais de qualquer candidato, violando, na visão da defesa, a transparência necessária das contas eleitorais.

"Resta claro o abuso de poder econômico na medida que a campanha do candidato representado ganha reforço financeiro que não está compatibilizado nos gastos da campanha, todavia os resultados da propaganda serão por ele usufruídos", concluem. A ação também destaca que a Lei das Eleições veda a propaganda eleitoral feita em outdoors.

O relator do processo apresentado pela coligação de Haddad é o Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, Ministro Jorge Mussi, que decidirá pela abertura ou não da ação.

O tipo de processo apresentado pelo PT, "ação de investigação Judicial Eleitoral" está previsto na Lei das Eleições. O texto prevê algumas sanções para quem é condenado por esse tipo de ação, como a declaração de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos oito anos seguintes ao pleito em que o fato investigado foi verificado.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) publicada no último dia 6, Mussi disse a Justiça Eleitoral "atuará com serenidade e firmeza para coibir toda e qualquer conduta que puder atentar contra o regime democrático, a lisura e a normalidade do pleito e a igualdade de oportunidades entre os candidatos".

Do Noticias ao Minuto

General do partido de Bolsonaro pede prisão de ministros do STF



"Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo", escreveu Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado eleito pelo PSL.

O general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado eleito pelo PSL no Rio Grande do Norte, defendeu o impeachment e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) responsáveis pela libertação de políticos acusados de corrupção, como o ex-deputado José Dirceu (PT) e os ex-governadores do Paraná Beto Richa (PSDB) e de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Segundo ele, "o impeachment de vários ministros" se insere em um "plano de moralização das instituições da República".

"Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo", escreveu em sua conta no Twitter, em referência à série da Netflix sobre a Lava Jato. "Destituição e prisão", completou. Ao ser questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o general ratificou o disse: "É isso. O Senado tem de cumprir o papel dele." O impeachment de ministros do Supremo deve ser votado pelo Senado e aprovado por dois terços da Casa. Ele é possível em caso de crime de responsabilidade, como proferir julgamento quando suspeito na causa ou exercer atividade político-partidária.

Girão é um dos dois generais eleitos para a Câmara pelo PSL de Jair Bolsonaro. Teve 86 mil votos no Rio Grande do Norte. É da turma de 1976 (Tuma 31 de Março) da Academia Militar das Agulhas Negras e é próximo ao general Augusto Heleno Pereira. Girão passou para a reserva em 2009 em protesto à retirada de fazendeiros da área da reserva indígena de Raposa Serra do Sol, em Roraima. O "Brasil é um país onde a lei tem de ser respeitada por todos. Só porque alguém é presidente, ele deve responder apenas quando deixa a Presidência?", questionou. Em seguida, disse que se referia ao presidente Michel Temer.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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