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domingo, 18 de junho de 2017

TSE lança campanha nas redes sociais para acabar com mitos eleitorais

Júlia Buonafina*
Com o objetivo de esclarecer questões sobre o processo de votação, opções de voto e o resultado de uma eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lança neste domingo (18) em suas redes sociais a campanha Mitos Eleitorais. O primeiro tema a ser abordado na fanpage, no Facebook e no perfil do tribunal no Twitter será "Votar nulo anula uma eleição?".

A ideia da campanha, que será veiculada este mês e em julho, é desmistificar alguns temas e esclarecer o eleitor brasileiro. Para isso, foram criados nove vídeos de curta duração, animados, com infográficos para as redes sociais.

Os demais temas da campanha são "Voto em branco vai para quem está ganhando?", "Voto em branco é igual a voto nulo?", "É eleito sempre o candidato que possui mais votos?", "Quem não votou na última eleição não pode votar na próxima?", "Depois da eleição é possível saber em quem o eleitor votou?", "Quem é convocado para ser mesário, será convocado sempre?", "Ninguém pode ser preso no dia da eleição?" e "O eleitor pode votar usando a camiseta do seu partido?".

No Twitter do tribunal, o eleitor também pode participar de um jogo para testar seus conhecimentos. 


* Júlia Buonafina é estagiária

terça-feira, 23 de maio de 2017

CCJ da Câmara adia debate da PEC de Eleições Diretas

Em menos de uma hora de trabalho, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados suspendeu reunião que iria discutir e votar hoje (23) a Proposta de Emenda à Constituição 227/16, que ficou conhecida como PEC de Eleições Diretas. Sob protestos da oposição, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), anunciou a suspensão da reunião devido ao início da ordem do dia no plenário da Casa. Pelo regimento da Câmara, quando o plenário começa a votação da pauta, as comissões não podem deliberar sobre nenhuma matéria.

Os oposicionistas criticaram a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de abrir a sessão do plenário com pouco mais de 50 deputados presentes. A CCJ volta a se reunir amanhã (24).

Antes da suspensão da reunião, a base aliada ao governo tentou obstruir o andamento da reunião. A proposta em discussão, de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), prevê a convocação de eleições diretas no caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do mandato.

De acordo com a PEC, se os cargos de presidente e vice-presidente da República ficarem vagas, a eleição deve ocorrer 90 dias depois de aberta a última vaga. Se a vacância dos cargos ocorrer nos últimos seis meses do mandato, a PEC estabelece que a eleição será feita pelo Congresso Nacional em 30 dias.

A aprovação da proposta é defendida pelos deputados da oposição, principalmente depois da divulgação de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer em esquema de pagamento de propina e troca de favores com empresários do grupo JBS, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.

Os oposicionistas pedem o impeachment de Michel Temer e querem evitar a possibilidade de o Congresso escolher um presidente interino. Já a base aliada quer a manutenção do texto constitucional vigente, que estabelece a realização de eleições indiretas (quando cabe ao Parlamento escolher) em caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República.

A PEC recebeu parecer favorável do relator, Espiridão Amin (PP-SC). O relatório precisa agora ser aprovado pela CCJ antes de ser apreciado pelo plenário da Câmara. Para ser aprovada na comissão, o relatório pela admissibilidade da PEC precisa ter maioria simples dos votos. A CCJ tem 65 membros.

Os deputados da oposição chegaram bem cedo ao plenário da CCJ para garantir lugar na fila de inscrição de fala e de apresentação de requerimentos. Um dos pedidos é para inverter a ordem de votação, já que a PEC 227 estava na 13ª posição na lista de 71 itens da pauta da comissão.

Na tentativa de impedir a votação, os deputados governistas só começaram a registrar presença depois que os parlamentares da oposição conseguiram garantir o quórum mínimo para dar início à reunião.

Outra estratégia dos governistas para atrasar a votação foi a apresentação de um requerimento de votação nominal do requerimento da oposição de inversão da pauta. “Qualquer medida ou iniciativa que venha introduzir maior insegurança, maior instabilidade, além do que já estamos vivendo, é uma medida temerária. Não é uma questão de ser a favor ou contra o governo, é uma questão de responsabilidade com a grave situação que o país atravessa”, disse o deputado Paulo Lustosa (PP-CE).

Para a oposição, o Congresso não tem condições para eleger um novo presidente, em caso de vacância.  “O governo teve que usar de um instrumento que é típico da minoria, tentou não dar quórum e agora entrou com um kit de obstrução para evitar que não se aprove a PEC. [...] Se a base do governo quiser votar contra as eleições diretas, se quiser fazer uma eleição controlada pelo Parlamento, que tenha a honradez de votar contra a PEC, mas por favor não obstrua a votação da matéria”, disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).

A oposição conseguiu derrubar o pedido da base por votação nominal. Após a derrota na votação simbólica do primeiro requerimento, os governistas pediram verificação nominal e deixaram o plenário para esvaziar o quórum necessário para a votação.

Enquanto os deputados discutiam o assunto na CCJ, integrantes de movimentos sociais se reuniram com líderes da oposição e também defenderam a convocação de eleições diretas. "O recado que os movimentos têm para dar hoje é que acabou toda a legitimidade e toda a condição política desse governo continuar. E, para quem acha que é muito difícil conquistar as eleições diretas, os movimentos mandam um recado: é somente nas ruas que vamos conquistar uma eleição direta no Brasil", disse a presidente da União Nacional do Estudantes (UNE), Carina Vitral.


A opinião foi compartilhada pelo coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, que destacou as manifestações previstas para amanhã (24) em todo o país em defesa das eleições diretas. "A única saída para essa crise, no entendimento do movimento social brasileiro, é a convocação imediata de eleições diretas para que o povo decida o destino do Brasil", disse Boulos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

AFINAL, O QUE É UM VOTO CONSCIENTE?


Por Dag Vulpi 29/08/2016

É comum em época de eleições ouvirmos a frase, faça um voto consciente. Por certo você já ouviu esta frase algumas vezes nessa época de campanhas. Porém, dizer é muito mais fácil que o ato de votar consciente. Afinal, não existe uma fórmula única para o voto consciente, o que há, são critérios a serem seguidos que poderão contribuir sobremaneira para que cada um tenha a certeza de que está fazendo uma boa escolha.

Um dos principais pontos a serem considerados para votar conscientemente, está na importância que cada eleitor dará na busca de informações adequadas, de forma a certificar-se que o candidato que receberá seu voto de fato é o mais apto a atender às demandas da população.

Um voto somente será consciente quando feito com a certeza de que aquela foi uma escolha apropriada. O eleitor podendo afirmar com conhecimento adequado que escolheu o candidato segundo seus critérios de avaliação e que, o candidato escolhido é o mais apto entre todos os demais, para gerir o patrimônio e o interesse públicos.

Além de certificar-se de que aquele candidato é o mais preparado, outro ponto que difere um voto consciente de um voto irresponsável, é o fato de ele vir “desapegado” de interesses em obter vantagens pessoais.  O eleitor não pode usar seu voto pensando no que ele poderá ganhar, mas sim, pensar como seu voto poderá colaborar para o bem estar coletivo. Antes de pensar em vantagens pessoais o eleitor deverá pensar nas pessoas que o rodeiam, no que elas querem e no que ele acredita que elas precisam. É esse tipo de questionamento que deve estar na mente de um eleitor na hora de definir seu voto.

PONTOS A SEREM OBSERVADOS ANTES DE DEFINIR SEU VOTO

Um dos aspectos mais importante a ser considerado é a lisura do candidato. Seria aquele um candidato corrupto, interessado apenas no que ele pode ganhar para si com a política? Qual o passado desse candidato?

Conheça as principais propostas de cada candidato e veja com quais delas você mais se identifica. A afinidade ideológica é muito importante, afinal existem grandes ideias sobre a melhor maneira de se gerir uma sociedade.

Outro aspecto que devemos observar é a competência. Muitas vezes um candidato pode ser uma ótima pessoa, um bom pai, um exemplo de vizinho, mas simplesmente não possui perfil para o cargo a que está concorrendo.

Outro ponto importante é observar se o candidato possui uma vida dedicada à política. Estar envolvido com a política há muito tempo pode ser um sinal positivo – já que pode demonstrar que o candidato realmente se dedica a isso – como pode também ser um sinal negativo, afinal, existe a possibilidade de ele estar envolvido em negociatas escusas que existem nesse meio.

De qualquer forma, saber a história do seu candidato em detalhes revelará coisas importantes sobre seu passado e suas convicções e lhe dará uma ideia melhor sobre sua aptidão ao cargo em questão. O Tribunal Superior Eleitoral mantém um site com diversas informações sobre os candidatos durante as eleições. A internet oferece farto material sobre a política brasileira e pode trazer muitas informações sobre os candidatos que você está avaliando.

Outro fator que é fundamental para um voto consciente é fazer um exercício para tentar encontrar entre os candidatos que buscam a reeleição, o que aqueles fizeram em beneficio da coletividade nos últimos quatro anos, sendo que no caso dos vereadores é certo de que 99% dos que estão ocupando as atuais cadeiras das Câmaras Municipais espalhadas por esse Brasil afora, tentaram a reeleição. Certamente não será fácil encontrar, apesar de serem quatro anos, projetos que algum deles tenha sugerido e aprovado e que tenha impactado positivamente na vida dos cidadãos que eles representam.

Por certo, e isso afirmo sem receio de errar, todos os que buscam a reeleição construíram ao longo dos quaro anos de mandato uma forma de garantir seus dividendos políticos, popularmente conhecido como “curral eleitoral”. Esses dividendos políticos são na sua totalidade, conseguidos através de vantagens pessoais que foram concedidos a determinado grupo que orbitam em torno do candidato. Entre as benesses mais comuns estão os cargos comissionados que normalmente são concedidos para certas lideranças e seus familiares.  


Votar consciente também é não votar em quem busca a reeleição e que nada tenha feito durante os quatro anos que teve todas as possibilidades para isso. Vote naquele candidato que preencha os pré-requisitos citados acima, não cometa o mesmo erro duas vezes.  

sábado, 23 de novembro de 2013

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO VOTO OBRIGATÓRIO E DO VOTO FACULTATIVO



 Por Paulo Henrique Soares - Postagem sugerida por Tito Precious

RESUMO
  
O artigo trata da obrigatoriedade do voto nas Américas, da relação entre democracia, desenvolvimento econômico e obrigatoriedade do voto. A tutela do Estado sobre o cidadão ao impor o voto compulsório. Discute-se a liberdade de escolha e o dever cívico, bem como a necessidade de dotar o processo eleitoral de ampla participação do eleitorado para legitimar regimes autoritários.

O tema em análise é um dos mais recorrentes do Congresso Nacional e da opinião pública, sendo retomado com ênfase sempre após os pleitos eleitorais, em virtude,  principalmente,  da  crescente  tendência  ao  absenteísmo  do  eleitor  e  ao aumento dos votos brancos e nulos.

A atual Constituição brasileira manteve a tradição do voto obrigatório iniciada com o Código Eleitoral de 1932. Os debates sobre o voto facultativo durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte foram intensos, e prevaleceu a visão de que, nesse aspecto, o Estado é o tutor da consciência das pessoas, impondo sua vontade à vontade do cidadão até mesmo para obrigá-lo a exercer sua cidadania, inobstante nossa própria Carta Política consagrar, como as demais do mundo civilizado, a soberania e a supremacia do Povo sobre o Estado, pois é do Povo que emana o poder, e só o Povo é soberano.

I – ARGUMENTOS FAVORÁVEIS AO VOTO OBRIGATÓRIO

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Voto Facultativo x Voto Obrigatório


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O voto é um direito e, portanto, deve ser facultativo ou o voto é um dever e, portanto, deve ser obrigatório?

O tema levanta polêmica e divide as opiniões de especialistas e da própria opinião pública. Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha (20-21/05/2010) aponta empate técnico (48% a 48%). O artigo 14 da Constituição Federal estabelece que a obrigação atinja os brasileiros alfabetizados que têm entre 18 e 70 anos de idade. Para os analfabetos, os maiores de 70 e os que têm entre 16 e 18 anos, o voto é facultativo. O debate sobre o voto facultativo versus o voto obrigatório poderia entrar na pauta apenas se houver uma mudança significativa da opinião pública. Por ser matéria constitucional demandaria maioria qualificada (3/5 da Câmara dos Deputados em duas votações e 3/5 do Senado Federal em duas votações).

A defesa do voto obrigatório baseia-se no princípio de que o voto é um dever.

Os eleitores são obrigados a participar da eleição para que todos sejam representados, assim todas as parcelas da sociedade (dos mais pobres aos mais ricos) escolhem os seus representantes. O eleitor deve separar uma parte do seu tempo e informar-se sobre os candidatos e, assim, aproximar-se da política. No caso do voto facultativo, as abstenções aumentariam muito e alguns grupos ficariam super-representados. As campanhas seriam mais estratégicas e mais caras para atingir toda a população, dando vantagem aos grandes partidos, pois deveria haver uma campanha para levar o eleitor à urna e uma campanha para votar no candidato. O voto facultativo daria vantagem ao poder econômico, pois este poderia com mais facilidade fazer campanha para atrair eleitores para os seus candidatos. Haveria também a possibilidade de estímulo ao clientelismo e à fraude na votação.

A defesa do voto facultativo baseia-se no princípio de que o voto é um direito.

O cidadão deve decidir se quer ou não participar da eleição. Menos pessoas votariam, mas os eleitores mais conscientes da ideologia dos partidos participariam das eleições. Os partidos seriam fortalecidos, assim como o debate. O candidato tem que agradar a base e mostrar serviço. Do contrário, o eleitor ficaria em casa no dia da eleição. Ao atrair minorias para votar, o governante acaba criando a obrigação de atender suas demandas, pois frustrar as expectativas pode prejudicar suas votações futuras, assim como atender as expectativas pode ajudar suas votações futuras. No voto facultativo, as campanhas teriam um marketing estratégico bem focado em quem quer votar, seriam mais baratas e não precisariam atingir toda a população. O voto facultativo aproxima o eleitor que quer participar e afasta o eleitor que não quer participar do processo eleitoral. Os políticos teriam que motivar os eleitores a participar do processo democrático. Mesmo com o voto obrigatório, cerca de 20% dos eleitores já não votam e outros cerca de 20% votam em branco e nulo. Portanto, uma participação de cerca de 60% de eleitores com cerca de 40% de abstenções, eliminaria a polêmica sobre o motivo do alto índice de votos em branco e nulo. Seria discutido apenas se o comparecimento foi baixo (faixa de 50%-60%) ou alto (faixa de 70%-80%).

Algumas pesquisas mostram que os resultados eleitorais para o executivo (presidente e governadores) cruzados com a preferência pelo voto facultativo não alterariam o ganhador e, portanto, teriam o mesmo resultado. Eleições mais polarizadas, que motivem a participação, podem aumentar o comparecimento dos eleitores, mesmo com o voto facultativo.

Grupo da reforma política aprova voto facultativo nas eleições

Comitê irá apresentar propostas de alterações no sistema político e eleitoral.
Deputados também decidiram estabelecer teto para campanha e doações.
Grupo da reforma política da Câmara irá propor o fim do voto obrigatório (Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
O grupo de trabalho criado na Câmara dos Deputados com o objetivo de propor um pacote de alterações no sistema político e eleitoral aprovou nesta quinta-feira (24) proposta que prevê o fim da obrigatoriedade de os eleitores votarem nas eleições.

Os parlamentares querem substituir o voto obrigatório pelo voto facultativo, modelo vigente em boa parte dos países com democracias consolidadas, como Estados Unidos e França. Para virar lei, a proposta ainda terá de ser submetida à votação nos plenários da Câmara e do Senado, em dois turnos.
Atualmente, a Constituição determina que o voto é obrigatório para os eleitores com idade entre 18 e 70 anos. A legislação brasileira garante voto facultativo apenas aos eleitores analfabetos, aos maiores de 70 anos e àqueles com idade entre 16 e 17 anos.

O projeto que irá desobrigar todos os eleitores de comparecerem às urnas será apresentado por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Para promover alterações na carta constitucional, a proposta precisará ser aprovada em duas votações nas duas casas legislativas por maioria de 3/5 dos membros (308 deputados e 49 senadores). Se não alcançar esse número mínimo de votos em qualquer uma das votações, o texto será arquivado.

O comitê coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza tem até o próximo dia 5 para apresentar uma proposta final de reforma política à presidência da Câmara. Não há previsão de quando a proposta da reforma política será votada pelos congressistas.

Indepententemente da data, os projetos discutidos pelo comitê não irão valer para as eleições do ano que vem, porque a legislação eleitoral exige que eventuais mudanças nas regras têm de ser aprovadas com pelo menos um ano de antecedência. Para terem efeito no pleito de 2014, as propostas teriam de ter sido promulgadas ou sancionadas até o dia 5 de outubro.

Teto para campanhas
Além do voto facultativo, o colegiado da reforma política aprovou nesta quinta a implantação de um teto para gastos de campanhas eleitorais e também para as doações. No entanto, os integrantes do grupo de trabalho não definiram qual será o valor máximo que poderá ser gasto pelos candidatos.

Se a proposta for avalizada por deputados e senadores, o teto eleitoral será estabelecido, posteriormente, por meio de uma nova lei. O comitê não chegou a discutir modelos que possam servir de parâmetro para definir o máximo de gastos permitido.

Duração dos mandatos 
Apesar de terem decidido em setembro modificar de quatro para cinco anos a duração dos mandatos eletivos, os deputados do colegiado comandado por Vaccarezza recuaram nesta quinta e decidiram manter a duração dos mandatos em quatro anos.

Ficou em aberto, no entanto, a definição sobre se será apresentada proposta que estabelece o fim das reeleições. O tema deverá ser discutido na próxima quinta (31). No mês passado, parte do grupo já havia sugerido o fim da reeleição para cargos do Executivo.

Para o deputado Cândido Vacarezza, que defende a manutenção da regra de reeleição, as próximas reuniões do grupo terão discussão “fácil”. “Já concluímos o trabalho e vai ser relativamente fácil a discussão do grupo, sem imposição de nenhuma posição. Acho que é um grande avanço no sentido da reforma política”, disse o petista.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Defesa ao Voto facultativo no Brasil

Dando continuidade ao propósito de apresentar análises dessemelhantes sobre a possibilidade da implantação do voto facultativo no Brasil, apresento nesta postagem a opinião do jornalista Roberto Barricelli. Neste artigo ele apresenta além de seu ponto de vista, números oficiais sobre o tema. Vamos a eles.

Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
Por Roberto Barricelli*
Segundo pesquisa do Datafolha, entre 20 e 21 de maio de 2010, 48% dos entrevistados eram a favor do voto facultativo e 48% eram contra, com 2% de margem de erro para mais ou para menos (imagem acima). Sabendo que as campanhas pelo voto facultativo aumentaram e que há uma PEC (Projeto de Emenda à Constituição) no senado, do Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que estabelece o voto facultativo para todos os maiores de 16 anos no país, os números atuais a favor só podem ter aumentado.

Os defensores do voto obrigatório são normalmente da esquerda e argumentam que em caso de voto facultativo os mais pobres não participariam do “processo democrático” e ficariam “mal representados”. Obrigar o cidadão a votar é democrático?

E a vontade política? Sabendo que se for aprovada e sancionada a tempo a PEC passa a valer já para as Eleições de 2014, alguns políticos conseguiram o adiamento da análise da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) duas vezes. A PEC tem parecer favorável de seu relator, Pedro Taques (PDT-MT).

Outra desculpa frequente é um possível aumento “significativo” das abstenções se o voto for facultativo, sendo que isso interferiria de forma negativa (de novo) no “processo democrático”. Não é levado em consideração que os países mais desenvolvidos do mundo aderiram há muito tempo ao voto facultativo. Entre estes países: Estados Unidos, Itália, Japão e Alemanha.

Na Alemanha, em 2013, compareceram às urnas 71.5% dos eleitores, que reelegeram Angela Merkel. Segundo dados do Hoje em Dia (do R7) há aproximadamente 213 milhões de eleitores nos Estados Unidos. Desse total, 126.737.953 milhões votaram nas eleições de 2012, ou seja, aproximadamente 60.45% (maioria dos eleitores existentes).

No Brasil, em 2010, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, a abstenção chegou a 21.5%. Porém, se analisarmos a imagem abaixo com os dados oficiais, poderemos constatar que somados aos votos brancos e nulos (de pessoas que foram, mas não votaram em ninguém, se abstendo da mesma forma e que é muito provável que não fossem em caso de voto facultativo) temos 24.3% de “abstenções” no primeiro e 26.75% no segundo turnos, o que nos deixa com 75.7% e 73.25% de presença em cada um respectivamente.


Com voto facultativo, segundo pesquisa do DataSenado em 2011, aproximadamente 85% iriam às urnas (mais que com o voto obrigatório em 2010).

Além disso, nota-se na pesquisa do Datafolha que quanto maior a idade, renda e/ou escolaridade, maior o comparecimento às urnas em caso de voto facultativo no Brasil. Realmente confirma-se a tendência aos mais novos, menos escolarizados e com menor renda de não comparecimento em maior “escala”. Porém, ao escolher não votar, estes indivíduos estão participando do processo democrático, pois efetuaram uma escolha e assumiram uma posição.

Também é fato que a compra de votos e corrupção durante as eleições ocorrem em maioria justamente neste eleitorado. Ora, é muito mais difícil convencer alguém a vender seu voto se esta pessoa não está a fim de votar e com certeza bem mais caro. Logo, no sistema de voto facultativo dificulta-se a compra de votos e a corrupção entre candidatos e eleitores, defendendo o “processo democrático”.

Com o voto facultativo irão às urnas as pessoas mais politizadas, logo, mais exigentes e conscientes, o que agrega qualidade à escolha dos que nos “representarão” no governo.

Atualmente os candidatos precisam gastar com campanhas visando atingir todos os eleitores no país e pouco claras e educativas. No voto facultativo deverão explicar claramente suas posições e de seus partidos e convencer os eleitores a comparecerem à votação, podendo focar em públicos específicos, logo, gastando menos nas campanhas (que possuem muito dinheiro público) e elucidando à população quanto as ideologias de seus partidos e seus programas de governo, ao invés de se esconderem por trás de ataques pessoais e desinformação proposital. O voto não é um dever do cidadão, mas um direito e assim deve ser tratado. O voto facultativo aproxima o cidadão politizado e afasta o que não quer participar, obrigando os políticos a incentivarem a interação destas com o “processo democrático” (que se fortalece).

Agora, em quem normalmente as pessoas de renda e escolaridade inferiores votam? No PT e seus aliados, claro. Pois são cooptados através de programas como o “Bolsa Família”, “Minha Casa Minha Vida” e tantos outros populistas/assistencialistas, que não os tiram da miséria e mantém seus filhos em instituições de ensino doutrinadoras e de má qualidade, garantindo futuros usuários dos mesmos programas e a renovação de eleitores para esses partidos.

Seriam obrigados a explicar melhor suas ideologias, intenções, programas e evitar atos que afastassem seus eleitores como corrupção, além de ter dificultada a compra de votos e a dominação ideológica. Nada disso interessa ao PT, PCdoB, PSB, PP, PSOL, etc. Os partidos se fortalecem e o debate político adquire transparência.

Mesmo que países desenvolvidos tenham registrado abstenções maiores, elas são justificadas pelo momento europeu como uma manifestação de seus cidadãos. Basta olhar para eleições anteriores.

São também países acostumados ao voto facultativo, sendo que no Brasil não haverá aumento significativo das abstenções nas primeiras eleições por estarmos acostumados a votar devido à obrigatoriedade, proporcionando tempo o suficiente para a conscientização da importância do voto aos cidadãos.

No voto facultativo as minorias ganham força, tendo algumas de suas demandas atendidas, ao invés de sempre prevalecer a vontade da maioria, não sendo necessariamente esta a mais justa. O candidato também teria que mostrar mais serviço para manter seu eleitorado cativo, através de ações que beneficiem a população, ao invés de restringir nossas liberdades e prejudicar ao cidadão. Aumento de impostos e burocracias seriam revistos, pois além de serem agentes principais dos males econômicos e sociais, também são impopulares.

O voto ainda é obrigatório no Brasil por causa de interesses escusos na manutenção de aberrações como a compra de votos, cooptação de eleitores via programas populistas e assistencialismo predatório e possibilidade para partidos e candidatos manterem suas ideologias, intenções e projetos obscuros ao cidadão, que vota sem ter a clareza necessária desses pontos cruciais.

Roberto Barricelli * é jornalista

Poderá também gostar de: Voto facultativo, prós e contras

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