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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Social-democracia


Por Camila Betoni no Infoescola

Social-democracia é uma ideologia política surgida no fim do século XIX a partir de uma cisão interna do socialismo. É difícil chegar a uma definição precisa do que é que defendem os sociais-democratas, uma vez que as elaborações teóricas de grupos e indivíduos que se identificam com esse termo foram se alterando através da história. Como essa ideologia sempre esteve ligada a ideia de necessidade de representação partidária, a definição do que se entende como social-democrata acaba dependendo muito da interpretação que tem o partido que adota esse termo.

Quando surgiu, dentro do movimento operário de caráter marxista, a social-democracia apontava para a importância de conquista da democracia através da universalização do voto e da possibilidade de participação política por meio de assembleias populares. Nesse período, os social-democratas também defendiam a necessidade de ampliação da democracia para além da esfera política, apontando para a emancipação da classe trabalhadora e a ruptura com o sistema de classes sociais(o que significaria também a realização da democracia na esfera econômica). Aos poucos, esses partidos ganharam mais adeptos, conquistando espaço nos parlamentos europeus, sobretudo na Alemanha. O crescimento e a massificação desses partidos trouxe algumas consequências; como a necessidade de compor alianças com outros setores (não só a classe operária) e o distanciamento entre a base dos partidos e os seus dirigentes, estes último tornando-se cada vez mais alinhados aos interesses da burguesia.

Até meados da década de 1910 os partidos social-democratas ainda se reconheciam – e eram reconhecidos – como partidos revolucionários. No entanto, o início da I Guerra Mundial – quando os social-democratas apoiaram os dirigentes de seus respectivos países – e o sucesso da revolução bolchevique na Rússia, mudam o cenário, provocando uma divisão dentro do socialismo. De um lado, os comunistas, influenciados por Lenin e pela Revolução Russa, continuaram a defender a necessidade de uma revolução que rompesse de forma radical com o modo de produção capitalista. De outro lado, os social-democratas argumentaram que, através da via partidária, seria possível promover uma série de reformas dentro do capitalismo, pequenas conquistas que poderiam se acumular até a vitória do socialismo em si. Para esses últimos, o comunismo representava uma forma autoritária do socialismo, enquanto a social-democracia seria sua face democrática. Entretanto, com o tempo, o foco nas pequenas reformas e a constante preocupação de garantir a representatividade nos parlamentos, foram fazendo com que o horizonte socialista fosse se afastando das perspectivas social-democratas. Ainda assim, deve-se notar que elas foram responsáveis por muitos ganhos para a classe trabalhadora europeia.

Ao final da II Guerra Mundial, a social-democracia começa a ganhar outros sentidos, afastando-se definitivamente da perspectiva de ruptura com o capitalismo. O dilema entre reforma e revolução deixa de ser o centro do debate e os partidos social-democratas passam a se diferenciar dos declaradamente liberais apenas pela sua defesa do Estado de bem-estar social. Nos dias de hoje, normalmente são partidos que se localizam no centro do espectro político e se diferenciam da direita pela importância que dão a necessidade de defesa do meio ambiente, dos setores mais vulneráveis da sociedade, dos direitos trabalhistas e da regulamentação do mercado. Alguns países com ampla tradição social-democrata são a Alemanha, Holanda, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Bélgica.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Social-democracia

A Social-democracia  é a ideologia política de esquerda que acredita na transição para o socialismo sem a necessidade de uma revolução.

As ideologias de esquerda são, em grande medida, influenciadas pelas proposições de Karl Marx e Friendrich Engels elaboradas no século XIX. Na maioria dos casos, os socialistas revolucionários almejavam introduzir o socialismo e a democracia  nos países. Mas o movimento que caracteriza efetivamente a Social-democracia como a entendemos hoje é resultado de uma ruptura ocorrida no interior do movimento socialista no início do século XX. Tal ruptura fez a distinção entre os que acreditavam ser preciso haver uma revolução para implantação do socialismo e os que entendiam que o objetivo poderia ser alcançado através de um caminho natural. Não tratava-se de uma rejeição ao marxismo, porém não mais uma leitura ortodoxa. Os novos partidos e movimentos socialistas surgidos nesse momento continuavam se declarando marxista, só que o processo pretendido para chegar ao socialismo era a evolução da sociedade.

Socialistas ortodoxos e revisionistas permaneceram unidos até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, quando tiveram divergência de postura sobre o conflito. A Revolução Russa de 1917 foi outro evento que fragmentou os socialistas. A partir de então, os socialistas revisionistas passaram a ser chamados de sociais-democratas e os ortodoxos passaram a ser chamados de comunistas. Diferença que se solidificou na década de 1920 e em diante.

A Social-democracia também passou por uma divisão ideológica, após a Segunda Guerra Mundial. De um lado, estavam os que acreditavam que o capitalismo deveria ser substituído pelo socialismo. De outro lado, havia um grupo que defendia que não era necessário acabar com o capitalismo, mas reformá-lo. Esta reforma teria como diretrizes a nacionalização das grandes empresas, implantação e investimento em programas sociais e a redistribuição da riqueza. A segunda postura tomou conta dos partidos e movimentos sociais-democratas no decorrer da segunda metade do século XX.

A chamada Terceira Via  surgiu na Itália, representando uma aliança dos sociais-democratas com os partidos de centro. A pauta de muitos desses partidos trocou a justiça social por questões de direitos humanos e preservação ambiental, respondendo e conciliando com os apelos dos chamados Partidos Verdes. Mas o flerte com o neoliberalismo resultou numa crise de identidade.

Em linhas gerais, a Social-democracia defende a liberdade em todos os sentidos, a igualdade, a justiça social e a solidariedade. Ou seja, o objetivo é tornar o capitalismo mais igualitário. Atualmente, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega são os países que mais refletem esta preposição.

Fontes:
LEFRANC, George. Socialismo Reformista. Lisboa: Circulo dos Leitores, 1974.
http://www.correiodeuberlandia.com.br/pontodevista/2011/05/20/social-democracia/

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