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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Primeira Guerra Mundial



Soldados franceses atacam alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Foto de 1917.

O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranquilidade estavam presentes graves problemas econômicos.

O mundo encontrava-se dividido e submisso às grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas áreas de dominação econômica e política.

A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores a combustão.

As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.

A competição capitalista estimulou o crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras. Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes ficaram maiores ainda.

Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério, algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores.

Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios) precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda de seus respectivos governos.

Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.

Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira Grande Guerra.

O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:
  1. Investimento de capital no estrangeiro
  2. Domínio econômico de um país sobre o outro
Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”).

No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda.

Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro.

Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado, essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Como consequência, a França foi obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.

A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.

Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra.

Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da guerra.
  • A construção da estrada de ferro Berlin-Bagdá: sua construção colocaria à disposição da Alemanha os lençóis petrolíferos do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as rotas de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
  • Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos (poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros, croatas...)
  • Nacionalismo da Sérvia
  • Conflitos originários da decadência do Império Turco
  •  A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias de outros países, já que não havia mais quase locais para serem dominados
  • Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam essa área
  • Primeira e segunda Guerra Balcânica
Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:
  • Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia)
  • Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)
A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:
  1. Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o conflito
  2. Guerra de Trincheiras: consistia na construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.
  3. Ofensivas
Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e algumas colônias.

Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães:
Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de Verdun (600 mil mortos).

Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).

Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares).

Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra.

Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comercializar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha.

Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”.

Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se retiraram do conflito.

Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra.

Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.

Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.

O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:

  • A Alemanha perdeu suas colônias
  • Ficou proibida de ter forças armadas
  • Foi considerada culpada pela guerra
  • Teve que pagar uma indenização aos “vencedores”
  •  
Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise econômica de sua história.

Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma república democrática e esse período foi chamado de “República de Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder impondo um regime ditatorial.

Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9 milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram mutilados.

Além dessas, a guerra também trouxe outras sérias consequências.

  • Famílias destruídas e crianças órfãs
  • Os EUA tornaram-se o país mais rico do mundo
  • O império Austro-Húngaro se fragmentou
  • Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de outros
  • O império turco após 200 anos de decadência se dividiu
  • Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça); porém, pouco tempo depois ela fracassou
  • O desemprego aumentou na Europa
  •  
Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era mais a mesma. Dentre as principais mudanças estão:

  • presidentes no lugar de príncipes, automóveis circulando pelas ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus
  • O cinema e o rádio também começaram a se expandir
  • As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-se mais livres
Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um novo século.
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