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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

FHC, Lula, Dilma e as panelas


Por Tiago Minervino no blog Vamos Contextualizar

18 de junho de 2001. Segunda-feira à noite. Em suas residências, os brasileiros mais abastados estão sintonizados no Jornal Nacional – o telejornal de maior audiência do país. Direto dos estúdios de jornalismo da TV Globo, localizados no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, a apresentadora Fátima Bernardes anuncia o primeiro episódio de uma série especial produzida pelos repórteres Marcelo Canellas e Lúcio Alves, sobre à escassez de comida nas PANELAS dos brasileiros desabastados. Os repórteres percorreram juntos seis estados mais o Distrito Federal, mapeando a fome no Brasil do início do século XXI, durante o terceiro ano do segundo mandato do então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Baseado no livro “Geografia da Fome: a fome no Brasil”, do professor Josué de Castro (editora O Cruzeiro 1946), no decorrer de cinco episódios exibidos diariamente, o Brasil que come acompanhou a miséria de aproximadamente 36 milhões de brasileiros – segundo dados oficiais da época. Era o retrato da conjuntura de uma nação dividida. Um país com níveis alarmantes de desigualdade.

“Uma tragédia a conta-gotas, dispersa, silenciosa, escondida nos rincões e nas periferias. Tão escondida que o Brasil que come não enxerga o Brasil faminto e aí a fome vira só número, estatística, como se o número não trouxesse junto com ele dramas, histórias, nomes”, descreve Canellas, enquanto as imagens mostram as PANELAS penduras, embocadas, vazias.

Panelas cheias eram uma utopia. A incerteza sobre o que teria para comer no dia seguinte pairava no ar, de certo mesmo, somente a fome, a desnutrição e por subsequente, a morte.

O país vivia momentos difíceis com a inflação alta, baixa valorização do salário mínimo, desemprego, enorme dívida externa e alta disparidade social. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu uma meta difícil para o Brasil:  erradicar à miséria, o que só foi possível anos depois, durante o segundo mandato do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva.

As panelas, outrora vazias, começaram aos poucos a serem preenchidas com a alimentação básica para subsistência da espécie humana. Não tinha caviar, mas tinha arroz e feijão. Os projetos sociais de combate à pobreza extrema surtiram efeito. Os indicies de desigualdade social diminuíram. A classe “C” se tornou média e o país se tornou referência mundial no combate à fome e à pobreza,  segundo o Banco Mundial e a ONU.

8 de março de 2015. Domingo à noite. Dia Internacional da Mulher. Em cadeia nacional de tevê, a Presidente da República Dilma Rousseff fazia o já tradicional pronunciamento oficial em homenagem a todas às mulheres.

Paralelo ao discurso da líder do executivo, um barulho fraco vindo das varandas de apartamentos luxuosos, localizados em bairros caros – alguns com o metro quadrado mais valioso do mundo – ressoava, como uma forma de protesto ao governo e seu partido, o PT.

O burburinho, apelidado de “panelaço” se alastrou pelo país. As PANELAS voltaram a ser o centro das atenções, ocupando mais uma vez destaques nos jornais impressos e de mídia do país, embora em um contexto totalmente diferente.

Panelas, apitos, buzinas e gestos obscenos incomodaram a presidente que por um longo período se afastou de propagandas na tevê, mas parecem não terem sido suficientes para desestabilizá-la.

Dizem que a propaganda é a alma do negócio, e que nesse quesito os “marqueteiros” do Partido dos Trabalhadores são invencíveis.

Mostrando não se abater com os pedidos de impeachment e as críticas contra seu governo, Dilma ironizou os “panelaços” e aproveitou para alfinetar a oposição no programa nacional da legenda que foi ao ar na última quinta-feira, 06, fazendo uma análise sobre a evolução das panelas na casa dos brasileiros.

“Com as panelas, vamos fazer o que a gente mais sabe: enchê-las de comida e de esperança. Esse é o panelaço que gostamos de fazer pelo Brasil”, diz o programa exibido na semana anterior.

Nas redes sociais, internautas demonstraram apoio ao governo de Dilma e aproveitaram para fazer um paralelo com o passado e o presente: “na minha panela, e na de muitos brasileiros hoje à noite, tem comida”, publicou Ricardo Rios da Silva no Facebook.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pelo que (e por quem) as panelas das elites não dobram


Corrupção: por quem e por quantos dobram panelas e caçarolas?


 

Vídeo (literalmente transcrito abaixo) onde o jornalista e analista político Bob Fernandes, da TV Gazeta, faz uma panorâmica da hipocrisia da direita, suas panelas, seus políticos e sua mídia, desde as maldades dos oportunistas Renan Calheiros e Eduardo Cunha ao show "Tea Party" das elites e suas panelas que dobram apenas por uma única linha, esquecendo-se da própria podridão:

O delator Paulo Roberto Costa disse na Câmara:

-É hipocrisia (...). Não existe almoço de graça, empresa que doa R$ 5 milhões (para campanhas eleitorais) depois vai querer recuperar R$ 20 milhões...

O delator acusou 29 políticos do escândalo Petrobras. Políticos do PT, PSB, PP e PMDB, incluído o presidente do Congresso, Renan Calheiros.

Acusou também o falecido Sergio Guerra, presidente do PSDB em 2009: ele teria recebido R$ 10 milhões para ajudar a enterrar CPI sobre a mesma Petrobras.

Seis partidos citados e, na Lista do Procurador Janot, 48 políticos, inclusive Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

Sob a batuta de Cunha a Câmara aprovou na terça,5, a PEC da Bengala. Juízes do Supremo ganharam mais 5 anos no cargo, agora se aposentarão aos 75 anos.

Isso no mesmo dia em que a Policia Federal, a pedido do Procurador Geral e autorizada pelo Supremo, fez operação e buscou na Câmara provas contra Eduardo Cunha.

E na mesma semana em que Jayme "Careca", policial federal dado por desaparecido, reapareceu e mudou seu depoimento.

Em novembro "Careca" havia citado Cunha e o tucano Anastasia como destinatários de "pacotes de dinheiro" do doleiro Yussef.

Agora "Careca" diz ao juiz Moro que os nomes de Eduardo Cunha e Anastasia foram "ditados" pelo vizinho de cela: o doleiro Youssef... Tramas do submundo.

Na mesma semana em que se tecia essa trama, de novo ressoaram caçarolas e panelas em São Paulo e uma dezena de estados.

Por que, em meio a tantos citados, a sinfonia de caçarolas busca um único alvo? Também porque quando oposição o PT cobrou como vestal o que viria a repetir no Poder.

Mas por que silêncio seletivo das baixelas quando todos sabem a amplitude do jogo escancarado por delatores e, antes disso, pela própria história?

Reproduzindo poeta do século 16, o escritor Hemingway lembrou que os sinos dobravam por todos. No Brasil, por quem e quantos dobram as caçarolas e panelas?


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Bater panelas ou lata de caviar russo faz a mesma diferença


Chiquinho Scarpa faz "panelaço" em tampa de caviar russo
Dag Vulpi 11/05/2015

Não permita que terceiros abram a porta de acesso do seu inconsciente e implantem ou enxertem ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induza-os a comportamentos descabidos, como está sendo o caso do infértil gesto de ir para as janelas bater panelas, que aliás, não faz nada além de barulho.

Bater panelas como forma de protesto somente teria alguma lógica e inteligência política caso elas, as panelas, estivessem obsoletas por não terem o que cozinhar, o que felizmente, aqui no Brasil esse não é o caso já há algum tempo.

O que está havendo é o "...uso do aspecto emocional, sem a devida reflexão – e nisso os livros são indispensáveis para servir de antídoto – é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos".
 

Apenas seres conscientes, poderão ser causadores de verdadeiras transformações sociais!

Recentemente, esse mesmo grupo que arquitetou o “panelaço” e se autodenomina como sendo os novos representantes da direita brasileira, encabeçou outros movimentos igualmente desprovidos de um senso crítico minimamente razoável. Faço referencias ao fracassado "Não vai ter copa", onde, uma parcela de insatisfeitos movidos exclusivamente pelo aspecto emocional e desprovidos de senso crítico, se julgou capaz de mobilizar uma multidão de proporção tamanha, que conseguisse impedir a realização do tal evento. Depois, vendo que seus argumentos não foram suficientes para mobilizar uma quantidade de pessoas que de fato pudessem impedir a realização da copa, mudaram a estratégia para o "A copa tá comprada", de forma a insinuar que a então presidente e candidata à reeleição havia comprado os resultados dos jogos de modo que o Brasil sagrar-se-ia o campeão do mundo e, disso ela tirasse dividendos políticos. Essa foi a segunda mancada daquele grupo num espaço de tempo muito curto, afinal, os 7x1 foram mais do que suficientes para desbancar aquela tese infundada.

Eu poderia citar vários casos de equívocos cometidos por esse mesmo grupo, como foi o caso do pedido de intervenção dos EUA e/ou dos militares, assim que os resultados das eleições foram divulgados, mas penso ser desnecessário ficar desenterrando ossos deste tipo de defuntos.  

Não pretendo com esse meu comentário insinuar que os movimentos contrários ao governo deixem de existirem, muito ao contrario, sou completamente favorável aos manifestos autênticos e de iniciativa comprovadamente popular, como foram aqueles de junho de 2013, afinal, protestar contra o que está errado é um direito legitimo e democrático, porém, é preciso que antes de levantar essas bandeiras, tenhamos consciência de que aquilo que reivindicamos é justo e real, e que, não estamos nos deixando levar pelas vontades e interesses de determinados grupos que, no fundo, o que procuram é usar o povo como massa de manobra e beneficiar-se dela..

Reflita bastante e não se deixe levar exclusivamente pelo aspecto EMOCIONAL, não permita que terceiros, com interesses alheios aos seus, consigam causar um curto circuito na sua análise RACIONAL, pondo fim ao seu senso crítico. Não seja mais um dos tantos que, sem perceberem, permitiram tornarem-se massa de manobra, seja um Consciente Político e faça a diferença à seu favor.  Afinal,
somente seres conscientes, poderão ser causadores de verdadeiras transformações sociais!

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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