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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Estátua de Carlos Drummond de Andrade no Rio ganha novos óculos


A estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, recebeu hoje (26) novos óculos, depois ter o objeto roubado pela nona vez. O monumento, considerado um dos mais expressivos e conhecidos da cidade, também foi alvo hoje de uma ação de conscientização para que novos furtos não ocorram.

A multinacional francesa Essilor, que há sete anos adotou a estátua e é responsável por sua manutenção, distribuiu gratuitamente livros do poeta. A ação, segundo a empresa, visa a alertar os turistas e cariocas para o cuidado com o patrimônio público, além de prestar homenagem a Drummond.

O secretário de Conservação da prefeitura, Marcus Belchior, destacou que ações de reparo trazem gastos aos cofres públicos e pediu mais amor à cidade. "Só em reparos, já gastamos R$ 4 milhões. Seja aqui com o Drummond, como na estátua em homenagem a Noel Rosa, em Vila Isabel [na zona norte]. Essas campanhas são importantes para despertar o amor do carioca pela cidade e seus monumentos. Vale lembrar também que monitoramos todas essas áreas e as imagens são encaminhadas para o governo do estado tomar as devidas providências", disse.

Além da manutenção e de ações como a de hoje, a empresa francesa financiou uma câmera de vigilância em 2009, operada pela CET-Rio, que tinha como objetivo inibir novos atos de vandalismo.

A estátua, idealizada pelo artista plástico mineiro, Leo Santana, está na orla de uma das praias mais famosas do mundo desde 30 de outubro de 2002. A obra pesa cerca de 150 quilos e foi feita para retratar um momento rotineiro da vida de Drummond, a partir de registro fotográfico. Sua inauguração se deu em meio às homenagens ao poeta que, embora mineiro, passou parte significativa de sua vida no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Gira Sol, Gira







Quando o sol gira, eu giro.
A flor acompanha o sol.
Os insetos a seguem
O colibri os copia.
Gira o sol,
Giram as flores,
Giram os insetos,
Giro eu.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Envelhecer sim, ser indiferente ao amor jamais!



“Que eu envelheça...

Que na minha pele, possam surgir todas as possíveis rugas.

Mas, que meu coração, jamais fique indiferente ao amor.
Que eu nunca, perca o poder de demonstrar um gesto de ternura.” 

Raquel Free

sábado, 6 de abril de 2013

Rosas e espinhos



Certo homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente e, antes que ela desabrochasse, ele a examinou. Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou:
"Como pode uma bela flor vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?"

Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa, e, antes que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.
Assim é com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa: as qualidades dadas por Deus e plantadas em nós crescendo em meio aos espinhos de nossas faltas.

Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos.

Nós nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nosso interior. Nós nos recusamos a regar o bem dentro de nós, e, conseqüentemente, isso morre.

Nós nunca percebemos o nosso potencial. Algumas pessoas não vêem a rosa dentro delas mesmas;

Alguém mais deve mostrá-la a elas.
Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.

Esta é a característica do amor - olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas.

Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma e ajuda-a a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições. Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus próprios espinhos. Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.

Por Caminheiros  

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cavalo no Tabuleiro

Não, não tinha nenhum ressentimento apossando-lhe a mente e tampouco expirava os pulmões à primeira menção das coisas, as suas memórias eram fiscalizações deformadas de poucos amores abstraídos pela vida. Acordava aos poucos, esticando os firmes braços pro céu e com os olhos ainda inchados, virava a cabeça pra direita e o que existia era apenas um porta-retratos vazio.

Havia esquecido filhos,dizeres,jornais, cartas. Um verdadeiro e absoluto mestre da solidão. Ou quem saiba ainda estivesse esperando àquela melhor impressão de floreios lhe surgir um dia, mais que ainda não havia aparecido como anúncio de emprego no domingo.


Ele Pensava nisso enquanto jogava sozinho o cavalo no tabuleiro, e foi caminhando seriamente sua existência até a varanda ventilada, obedecendo aos seus miúdos olhos claros pro sexto andar.


Havia estado naquela cidade por mais de trinta anos, sempre com sua atenção tímida de caminhar sozinho pelo centro, conhecendo cada centímetro de pedra levantada dos concretos, suas sancas de gesso retilíneas defrontando as largas paredes alvas das sacadas. Sabia conferir bem cada detalhe dos emoldurados de frisos dourados e pequenos, os arcos bem redondos que ganhavam extrema leveza na tarde. Respondia a conhecidos como um peregrino distante, com acenarem curtos e rápidos, marcando uma suposta resposta de amizades. O chapéu lhe caía bem sob a careca rosácea, enterrando-se perfeitamente até o limite de suas sobrancelhas semicerradas. Vez ou outra retirava da cabeça para limpar a testa gordurenta com um lençinho roxo que ficava dobrado na lapela do paletó. Morava num prédio moderníssimo e quase não via razões de sair dele, gostava de Goethe, mas não conseguira/tivera tempo de vender sua alma ao diabo!Era difícil objetar as profundezas de sua alma! Por fim e sem maiores cuidados de entender todos estes seus fracassos, aceitou o empreguismo inerente de ser apenas um matemático sem números. Houve certos dias em que cenas distraídas de sua íris ganhavam passado, um conjunto ingênuo de ter treze anos e interpretar muito bem o barulho dos trilhos do metrô em Montparnasse, onde ligeiramente dormitava quando voltava da escola. E ao chegar em casa, deixando os grossos livros sobre a mesa,contentava-se com a música existencial de 'Mood indigo' e outras de Duke Ellington que rolava na vitrola quase todas os dias.

Ali enfiado entre dois travesseiros de pena brancos,confrontaria o seu pai cansado que voltava de alguma cervejaria.E se alimentava das pequenas impressões que o jazz acontecia.Ora despertava dentro dele esta escrita agonizante da saudade,parte de um sentimento que deixou e que vinha agora com um sentido confuso e especial,um gosto de imaginar como seus filhos estariam...Que fora tão desfavorável como pai...A música vem chegando com uma naturalidade bem oferecida,conversa a gravidade do tempo presente,e seu pai ainda permanece ali;dormindo os mais lindos sonhos no reinado de uma cama.Já era mais do que tempo para reformular sua cabeça,de encontrar-se publicamente com a senhora do sexto andar e lhe lançar um sorriso melancólico de trinta anos,trinta anos que divisou e impacientou a fala.Toma um banho,passa colônia francesa no corpo,se olha no espelho demoradamente,penteia os finos cabelos com certo ar de confiança,molha o rosto paradoxal e pesado,fica tentando se entender na linha incompreensível do ser,assobia em notas altas na saída de casa.


Se desloca com cem mil frases até o outro prédio.O porteiro pergunta pelo nome,ele responde: nome e sobrenome,faz-se então uma breve pausa e a porta elétrica se abre.Toma o elevador,a chave tetra gira duas vezes na porta,uma diminuta senhora perplexa e emocionada abre.Ele fica naquela manobra condenável de pensar o que dizer,convida-se pra entrar.Amanhã, seu pequeno porta-retratos prateado à altura da cômoda,terá um rosto novo pra viver entendimentos.
Jordan Duailibe

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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