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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Pequeno manual da civilidade

NÃO LIBERTE O MONSTRO QUE EXISTE EM VOCÊ

As pequenas vantagens de virtudes grandemente subestimadas, analisadas por quem entende tudo do assunto, desde sempre. 

Por Juliana Linhares na Veja 14/08/2014

Editado em 22/08/2022 por Dag Vulpi

(Favor considerar o mês de agosto e o ano de 2014 para as referencias temporais)

A vida em estado natural: "Solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta"

Engana-se quem pensa que civilidade é uma matéria relacionada a senhores pomposos e mesas cobertas de talheres esquisitos. Mas é verdade que o tema foi tratado por cavalheiros com quilometragem de pelo menos alguns séculos. Tudo o que disseram, porém, sobre a necessidade de convenções sociais para promover a boa convivência e administrar conflitos permanece de urgente contemporaneidade. Quando Schopenhauer, o gigante da filosofia alemã do século XIX, dizia que as pessoas deveriam seguir o comportamento do porco-espinho - se fica muito perto de seus pares, morre espetado; se fica muito longe, morre de frio -, não estava pensando no uso do telefone celular em público, mas bem que poderia. Thomas Hobbes, um dos gênios do pensamento político produzidos pela Inglaterra, constatou no século XVII que em estado natural, sem as construções sociais, "a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta". Em outras palavras, um congestionamento em São Paulo em dia de chuva. Por isso, emergem leis necessárias, entre as quais que "os homens cumpram os pactos que celebrarem" (e não parem em fila dupla, por exemplo) e "não declarem ódio ou desprezo pelo outro por atos, palavras, atitude ou gesto" (e não façam perfis falsos na internet). Especialistas em ética, comportamento e controle dos monstros interiores fazem análises e sugestões nesse pequeno manual das virtudes da civilidade. Todo mundo pode aprender - e até lucrar com elas. "O stress é causado em grande parte por relacionamentos humanos mal resolvidos. Se melhorarmos a capacidade de nos relacionar, teremos menos brigas, menos stress e, consequentemente, menos processos e pessoas doentes", diz o italiano Piero Massimo Forni. Professor da Universidade Johns Hopkins e um dos maiores especialistas mundiais no estudo da civilidade, ele até calculou o custo da falta dela nos Estados Unidos: 30 bilhões de dólares por ano. Já pensaram se ele conhecesse o Congresso brasileiro?

1. Questão de honra

Houve um tempo em que tudo girava em torno dela: ter honra era ser um legítimo membro da tribo; não ter, preferível morrer. O conceito de honra, na sua interpretação mais tradicional, nasceu na Grécia antiga, foi remodelado em Roma e reemergiu na Idade Média. "Na época feudal, a honra era uma qualidade atribuída aos nobres, essencialmente guerreiros, cuja função social era proteger o rei, as crianças e as mulheres", diz Roberto Romano, professor de ética e filosofia da Unicamp. Hoje, a HONRADEZ pode ser mais relacionada à fidelidade aos próprios princípios ou ao próprio eu. Ou, no popular, ter vergonha na cara. É por isso que o tribunal da própria consciência continua a pesar mesmo quando se alega que "todo mundo faz", a começar dos "caras lá de cima", então "que mal tem" em levar a avozinha para passar na frente na fila de comprar ingresso, desrespeitar a precedência na hora de pegar uma vaga no estacionamento do shopping ou deixar uma toalha guardando lugar o dia inteirinho na espreguiçadeira da piscina disputada? O mal, evidentemente, está em desprezar a própria dignidade.

O fato

É difícil imaginar exemplo mais completo de desonra que o do piloto NELSON PIQUET JÚNIOR. Ameaçado de demissão da escuderia Renault, ele confessou bem a posteriori ter concordado em fraudar o Grande Prêmio de Fórmula 1 de Singapura no ano passado. A certa altura da corrida, para facilitar a situação de seu companheiro de equipe, Fernando Alonso, Nelsinho recebeu a ordem de bater seu carro contra um muro. Obedeceu. Os privilégios de nascimento - bonito, rico, sobrenome famoso - agravam o tamanho da indignidade cometida contra si mesmo e do mau exemplo dado à sociedade.

A análise

"Ser honrado, hoje em dia, significa ser portador de exemplaridade para uma comunidade. E, para ser exemplo, o sujeito precisa ser probo em todos os aspectos da vida dele. Não basta, por exemplo, ser só bom médico ou bom piloto. É preciso ser bom pai, bom marido, um sujeito respeitoso e incorruptível", diz o cientista político Bolívar Lamounier.

2. Os intransigíveis

O conceito de INTEGRIDADE tem raízes na Grécia antiga, onde o sujeito íntegro era chamadoaplos, uma peça só - projetando com esse nome a imagem de inteireza, de alguém que não tem duas palavras, duas lealdades. "Não é íntegro aquele que transige em valores inegáveis de uma sociedade", diz Bolívar Lamounier. Integridade é não abusar do poder, não desmerecer os outros, não tripudiar. E também outras interdições mais prosaicas: não se esgueirar melifluamente na fila de embarque, não "deixar o carro aqui só um minutinho", não dizer que vai atender "só esta chamada" no meio da refeição compartilhada e não começar nenhuma piada dizendo "esta é politicamente incorreta" caso você não trabalhe no Casseta & Planeta.

O fato

Ele já deixou a primeira-ministra alemã Angela Merkel esperando enquanto falava ao celular, já passou cantada numa médica entre ruínas de um terremoto e já fez piadinha racista com Barack Obama (é "bonito e bronzeado", disse). Mas será que o primeiro-ministro italiano SILVIO BERLUSCONI também tem o direito de fazer o que quiser quando está na sua casa - como promover orgias e contratar prostitutas?

A análise

"O conceito de integridade não pode ser aplicado a Berlusconi porque ele não tem essa inteireza. Teria de apresentar um comportamento probo, imaculado, uma vez que deve espelhar o que há de melhor na sociedade. Mas o que prevalece nele é outra faceta, a de quem se movimenta com escracho, sem respeitar a liturgia que o poder exige", diz Bolívar Lamounier.

3. Obrigado, por favor

Um dos maiores especialistas do mundo no estudo da civilidade, Piero Massimo Forni acredita que as BOAS MANEIRAS não apenas não são coisa de um passado mítico de galanteria, mas ficaram mais importantes ainda na vida contemporânea. "Até umas três gerações atrás, boa parte da sustentação emocional e material das pessoas vinha dos familiares. Hoje convivemos muito mais com amigos e desconhecidos, e, nesse caso, ser afável é uma vantagem", explica. "A cortesia melhora a autoestima da pessoa a quem ela foi dirigida e, dessa maneira, torna as relações sociais menos tensas", concorda Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da USP. A regra geral, e não escrita, de decência estabelece que todos devem ser tratados com os requisitos básicos de cortesia - "bom dia", "por favor", "obrigado" e "até logo" -, os quais devem ser redobrados em relação a quem ocupa posições menos destacadas. Ignorar a existência de quem presta serviços como trazer o seu carro ou limpar a sua sala é prova de insensibilidade. Ou boçalidade.

O fato

A atriz MEGAN FOX, 23 anos, é infernalmente bonita - e mal-educada. O pessoal técnico que trabalhou com ela em Transformers deu exemplos: ela chega ao estúdio sem cumprimentar ninguém, reclama de tudo, tem ataques de estrelismo e não dirige a palavra aos que considera hierarquicamente inferiores. Mesmo no caso dos superiores, como o diretor Michael Bay, já disse "É um Hitler" - ofensa hedionda, embora o pessoal ache que ela não sabe exatamente quem foi Hitler.

A análise

"A agressão verbal penetra no fundo da alma de quem é atingido por ela. É tão, mas tão grave que tem até punição prevista em lei. Um dos exercícios que proponho para identificarmos se tal ato é uma incivilidade é ver se é possível todo mundo praticá-lo ao mesmo tempo sem que o mundo vire uma barbárie, com todos matando a todos", diz Roberto Romano.

4. Desafio diário

Na hora da raiva, das bravas, qual é o primeiro xingamento que lhe vem à cabeça? Em geral, nesses momentos o ser humano não é criativo e invoca diferenças de comportamento sexual, de origem familiar ou de grupo étnico. Pois o treinamento da aceitação das diferenças deve começar exatamente por aí. De todas as virtudes do campo da civilidade, a TOLERÂNCIA é a que mais exige autoaprendizagem. Quem acha que nunca, jamais conseguirá cumprimentar um torcedor do time adversário pode começar com coisas mais simples, como não ter espasmos visíveis diante do abuso do gerúndio ou prometer a si mesmo ao sair de casa que pelo menos naquele dia não vai comparar nenhuma mulher à fêmea de uma famosa ave natalina. "Tolerância tem a ver com comportamentos diferentes daqueles que valorizamos e pelos quais temos repugnância. Exercê-la é importante não só para a convivência social como para a sanidade mental", diz Bolívar Lamounier.

O fato

Não é qualquer um que consegue fazer o país inteiro se solidarizar com um integrante do governo. Mas também não é qualquer um que usa o palavreado do governador de Mato Grosso do Sul,ANDRÉ PUCCINELLI, em relação ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc: "Ele é v... e fuma maconha. Se viesse aqui, eu ia correr atrás dele e estuprar em praça pública". Para piorar, veio depois o típico pedido falso de desculpas: "Se alguém se sentiu ofendido...". Desafio aos tolerantes urbanos: não achar que todo produtor rural é um brutamontes destruidor da natureza.

A análise

"O governador foi desmascarado em seus preconceitos mais bestiais. Em um momento em que se luta tanto contra discriminações, sejam elas de gênero, sejam sociais, o governador mostrou que não tem equilíbrio mental nem competência profissional para estar no cargo que ocupa", fulmina o cientista político Gaudêncio Torquato.

5. Bateu, não levou

Levar uma fechada, ouvir uma buzinada milésimos de segundo depois que o sinal abre, esperar que o manobrista pegue o carro largado na sua frente com a maior displicência. O stress e o anonimato propiciados pelo trânsito nas grandes cidades se combinam para testar o tempo todo os limites do AUTOCONTROLE. Para não se transformar num ser desatinado em busca de vingança, só existe uma reação possível: olhar tudo aquilo de um ponto de vista distanciado - ou, se preferir, superior. "Podemos aliviar a raiva tomando distância do que está acontecendo. Alguém me xinga, por exemplo, e eu reajo como se a ofensa fosse um pacote que recebo e devolvo fechado, porque não me considero o destinatário. O ato de grosseria está relacionado com o estado mental do agressor, não com o do agredido", ensina Piero Forni. Quem acha que tem temperamento forte, sangue quente ou pavio curto, e usa essas expressões para justificar comportamentos agressivos, deve considerar a hipótese oposta. "A pessoa que não controla a agressividade no fundo tem ego fraco", explica a psicóloga Lidia Aratangy.

O fato

Eles estavam numa festa, discutiram. Entraram no carro, gritaram. Pararam, ela pegou a chave e jogou pela janela. Que briga de namorados já não passou por esses estágios? A diferença no caso infeliz do rapper americano CHRIS BROWN, 20 anos, é que ele não teve autocontrole para impedir que a raiva se transformasse em agressão - e arrebentou brutalmente o rosto da cantora Rihanna, 21. E ainda disse no dia seguinte que todo mundo iria saber quem "era ela de verdade". A partir daí, os profissionais de imagem assumiram e ele pediu desculpas duas vezes, sem muita convicção. Foi condenado a cinco anos em regime de liberdade vigiada e 180 dias de trabalho comunitário.

A análise

"A única maneira de uma pessoa de pavio curto adquirir autocontrole é ela tomar a decisão, de maneira íntima e compromissada, de não agir com violência diante de uma situação de stress", diz o cientista político Rubens Figueiredo. Quem já atingiu o limiar da agressão física deve parar - de dirigir, por exemplo, ou de beber - até se reprogramar, com ajuda profissional se necessário.

6. Respeito é bom

O termo CIVILIDADE vem da palavra civitas, que quer dizer cidade. Tem civilidade, portanto, aquele que sabe viver em sociedade, um sistema refinado ao longo dos tempos. No século XVI, por exemplo, o filósofo holandês Erasmo escreveu uma espécie de manual de comportamento. "Ele explicava que não devemos cuspir à mesa nem na mesa, nem beber a sopa direto da sopeira, nem colocar as botas em cima da mesa. Soaria estranho fazer isso hoje, mas houve um tempo em que os nobres precisaram ser educados para melhorar seus modos", diz Renato Janine Ribeiro. Na construção da sociedade ocidental, o mesmo conceito que abrange algo aparentemente acessório, como os bons modos à mesa, inclui o complexo mecanismo do respeito entre as pessoas, base das relações civilizadas. "Hoje, o que entendemos como a ideia central da civilidade é justamente o respeito pelos outros. Os bons modos mostram a nosso próximo que temos estima por ele", diz Ribeiro. Roberto Romano propõe uma pergunta simples para aplicar o conceito de civilidade em diferentes situações da vida cotidiana: o que posso fazer pelo outro para que a vida de todos seja suportável?

O fato

Desprezar o conceito de serviço público, legislar em causa própria, fazer nepotismo cruzado, usar recursos não contabilizados e mentir muito. Todo mundo já percebeu de quem estamos falando. Mas fazer tudo isso e ainda esfregar na nossa cara? Em maio passado, o deputado SÉRGIO MORAES (PTB-RS) se irritou com jornalistas que cobravam dele posição mais rigorosa sobre o caso do colega do castelo de 25 milhões de reais nunca declarados e tripudiou: "Eu estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, batem, e nós nos reelegemos mesmo assim". A ofensa em escala nacional não abalou o senhor Moraes. "A mídia distorceu a minha fala. O que eu quis dizer é que eu não ia mentir, como a mídia queria", insiste. E reincide: "Não fui deselegante com ninguém, não me arrependo e tenho muito orgulho do que eu disse".

A análise

"O deputado desrespeitou quem votou nele, desrespeitou seu cargo, desrespeitou quem escutou aquela declaração. O perigo mais evidente nesse tipo de situação é o comportamento mimético. As pessoas pensam: se o deputado rouba, por que eu não posso roubar? Se ele fala essas coisas, por que eu tenho de me esforçar para ser educado?", diz Gaudêncio Torquato.

7. Fora, trapaceiros

Todo mundo quer se dar bem, mas, se fizer qualquer coisa para conseguir isso, o mundo todo vai acabar mal. Não é preciso nem voltar ao estado natural, ou hobbesiano, da guerra de todos contra todos para entender a necessidade de um conjunto de regras comumente aceitas e, dentre elas, a importância da HONESTIDADE. Seja pagar pelo gabarito da prova do Enem, seja levar comissão em obras públicas, quem faz trapaça está roubando um pouco de cada um, não só em termos materiais, mas principalmente pela infração ao pacto social através do qual contemos nossos instintos mais selvagens em troca das garantias da civilização. "Na sociedade ocidental cristã, a figura do trapaceiro é uma das mais odiadas. A trapaça fere várias convenções sociais, entre elas a obediência às regras e a honradez", diz Roberto Romano.

O fato

Mesmo no universo dos grandes ladrões, a tungada de BERNARD MADOFF, 71 anos, estabeleceu novos parâmetros de desonestidade. Madoff conseguiu tirar dinheiro de gente que entendia tudo do assunto, mas também limpou viúvas, instituições de caridade, parentes e amigos. A pirâmide financeira que presidiu sugou 65 bilhões de dólares de quase 5 000 enganados. Faltando poucos dias para ser preso, quando todo o esquema já havia ruído, ele ainda conseguiu arrancar 250 milhões de dólares do homem a quem dizia ter como pai, o venerando empresário Carl Shapiro, de 95 anos, dando um novo sentido à expressão roubar velhinhos.

A análise

"O efeito de uma desonestidade cometida por uma figura conhecida, bem-sucedida e querida pode virar um problema enorme. Nem todas as pessoas vão ver a desonestidade que não deu certo como um ato necessariamente ruim, passível de restrição moral. A interpretação de muitos é que o erro pode não ter sido o ato, mas o fato de aquele sujeito conhecido, bem-sucedido e admirado não ter conseguido se safar", diz o sociólogo Demétrio Magnoli.

8. Dobre a língua

A cultura da permissividade tem enormes vantagens - a começar, naturalmente, pelo abrandamento dos costumes repressivos. A contrapartida também é evidente: a ideia disseminada de que cada um pode, e até deve, fazer e falar o que quiser, mesmo que isso invada o espaço alheio, incluindo os ouvidos. Não dizer o que dá na bola é diferente de contar mentiras. No primeiro caso, quem usa da CONTENÇÃO VERBAL está obedecendo ao mecanismo de freios sociais pelo qual as opiniões próprias são atenuadas de forma a não ofender os sentimentos alheios. No segundo, a verdade é falsificada para tirar algum proveito, nem que seja promover a própria e engrandecida imagem. Quem acha que tem de "pôr para fora" tudo o que pensa e até invoca o pensamento mágico ("Assim não vou ter infarto") na verdade não está no comando de si mesmo. "Viver em sociedade implica abrir mão de certas selvagerias para obter a proteção social que vem da vida em conjunto", diz Roberto Romano. "Nesse contexto, a má-educação, a ganância desmedida, a negligência ao outro, são todos fatores de desagregação social."

O fato

Quando MARTA SUPLICY era ministra do Turismo e disparou o infame "relaxa e goza" para os infelizes vitimados pelas longas esperas nos aeroportos, obedeceu a imperativos próprios: ter papas na língua era o equivalente a viver uma vida de insuportável repressão, como pregava uma tendência psicanalítica dos anos 70. Resultado: passou imagem de arrogância pela classe a que pertence, prepotência pelo posto que ocupava e, incrivelmente para uma pessoa com seu histórico, machismo virulento pela comparação.

A análise

"Na política, alguém que fala o que quer e, principalmente, com um nível de agressividade alto está querendo dizer que é dono da verdade absoluta", analisa Demétrio Magnoli. "Na esfera privada, quem fala o que quer e não se preocupa com o que o outro pensa e sente, além de ser profundamente incivilizado, não permite que uma divergência seja resolvida. O diálogo é cortado antes que produza frutos."

9. Sinto muito, mesmo

Pressa, pressão, prazos - tudo na vida contemporânea conspira para que o tratamento civilizado seja atropelado mais cedo ou mais tarde. Para isso existe um remédio universal: PEDIR DESCULPAS. O arrependimento sincero, aquele cuja intenção seja menos aliviar a consciência do ofensor e mais dar uma satisfação moral a quem foi ofendido, é um lenitivo de eficácia comprovada através dos tempos. Só os seres altamente evoluídos se desculpam com classe e naturalidade, mas os demais - ou seja, todos nós - também podem desfrutar o sentimento de paz interior que essa atitude desencadeia. É só treinar direitinho. Quanto ao momento e ao método corretos para pedir desculpas, gente com os mecanismos psíquicos em estado de bom funcionamento tem um "vergonhômetro" infalível. "É aquele sangue que sobe ao rosto quando fazemos algo errado, e que sinaliza o respeito pelo outro", diz Roberto Romano. "Sem isso, o pedido de desculpas não vale."

O fato

A moral sexual é, evidentemente, assunto de foro íntimo, mas trair a mulher e tentar faturar em cima disso vira um caso flagrante de ofensa social. Ainda por cima fingindo falso arrependimento, como fez o apresentador americano DAVID LETTERMAN, 62 anos, ao contar piadinhas para confessar que teve casos com funcionárias e que estava divulgando o fato porque alguém que sabia da prática ameaçou chantageá-lo. Só uma semana depois ele se lembrou de pedir desculpas, esfarrapadíssimas, à mulher. A audiência foi às alturas.

A análise

"Ao fazer humor com o ocorrido, ele quis banalizar seu erro e, assim, ser perdoado", diz Rubens Figueiredo. "O pedido de desculpas deve mostrar que você está ciente de que o que fez foi errado, e que magoou a outra pessoa. Buscar justificativas tortuosas para o ato demonstra negligência em relação aos sentimentos do outro", completa Piero Forni.

10. A casa comum

O comportamento decoroso surgiu na Igreja Católica, a partir da vestimenta dos padres e das freiras, sempre igual em qualquer ambiente e feita para cobrir tudo de forma a não atentar contra o pudor próprio ou alheio. "Com o tempo, o DECORO das vestimentas passou para a linguagem e as atitudes. A fala decorosa é aquela que diz o que tem de dizer sem adular ou ferir. O comportamento decoroso é aquele que não ofende os outros, que não agride, que não é exibicionista ou apelativo", explica Roberto Romano. Pequenos atentados cotidianos ao decoro incluem urrar ao celular em ambientes confinados, ignorar solenemente aquilo que seu cãozinho faz na calçada e ouvir música nas alturas porque "a casa é minha". Ter decoro é entender que a casa é um pouco de todos.

O fato

Lady Kate, personagem da atriz KATIUSCIA CANORO no programa Zorra Total, é exibida, decotada e exagerada, adora gastar o dinheiro de um certo senador que convenientemente nunca aparece e, diante de qualquer obstáculo que surge, repete o bordão: "Tô pagando". Na personagem, é engraçado; na vida real, é execrável.

A análise

"Uma vez conscientes de que a vida é uma experiência baseada nas relações, temos de ter em mente que os desejos das outras pessoas são tão válidos quantos os nossos. Isso significa que, ao perseguir nossos objetivos, precisamos ter certeza de que estamos sendo justos com os outros. O decoro nos ajuda a ajustar essa medida", diz Piero Forni.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Mãe constrói quarto para companheiro abusar da própria filha


Homem disse que estava apenas "namorando" a menina

Uma mulher, de 33 anos, foi presa nesta quinta-feira (28) suspeita de permitir que seu companheiro abusasse da própria filha, de 13 anos. Ela teria construído um quarto destinado aos estupros. O homem, por sua vez, negou os abusos e disse aos agentes que estava apenas "namorando" a enteada desde que ela tinha 12 anos. O caso ocorreu em Tocantinópolis, no norte do Tocantins.

De acordo com o G1, o caso começou a ser investigado em maio, mas só foi divulgado neste domingo (1º). O homem foi denunciado não só pelo estupro, como também por porte ilegal de arma. Ainda em maio, a polícia fez uma busca na residência deles e encontrou a arma. O casal, que vive em união estável há 9 anos, confessou que os abusos ocorriam há mais de um ano.

A mãe revelou aos policiais que tinha pleno conhecimento do relacionamento da filha e do companheiro. Ela disse que torcia para que os dois se casassem e tivessem filhos. Afirmou ainda que o quatro foi construído para que eles pudessem "namorar de forma mais tranquila".

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

'A cor do meu filho faz com que mudem de calçada', diz Taís Araújo


Atriz participou de palestra sobre 'Como criar crianças doces num país ácido'

A atriz Taís Araújo foi uma das palestrantes do evento TEDXSão Paulo, realizado em agosto, na capital paulista. O vídeo de 10 minutos da conferência dela foi divulgado nesta terça-feira (14) no YouTube.

Taís abordou o tema “Como criar crianças doces num país ácido”, em que falou sobre racismo, feminicídio e misoginia, focando na criação de seus filhos, João Vicente, de 6 anos, e Maria Antônia, de 2 anos e 7 meses.

 “(...) meu filho é um menino negro. E liberdade não é um direito que ele vai poder usufruir se ele andar pelas ruas descalço, sem camisa, sujo, saindo da aula de futebol. Ele corre o risco de ser apontado como um infrator. Mesmo com 6 anos de idade. Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para sua escola, pegar uma condução, um ônibus, com sua mochila, com seu boné, seu capuz, com seu andar adolescente, sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia. Ao ser confundido com um bandido. No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros. A vida dele só não vai ser mais difícil que a da minha filha”, disse Taís. Confira no vídeo abaixo:

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Pai de aluno que atirou diz que não sabia que o filho sofria bullying


Sobre a arma, ele garante que estava descarregada e que não sabe como o jovem teve acesso à munição.

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O pai do estudante de 14 anos que atirou contra colegas dentro do Colégio Goyases prestou depoimento na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) na manhã desta segunda-feira (23). Ele chegou à delegacia acompanhado da advogada da família, Rosângela Magalhães, às 9h15 e ficou cerca de 1h30 por lá.

O pai, que é policial militar, não quis gravar entrevista. "Eu pretendo falar em outra oportunidade, em outro momento", disse.

"Ele [pai] estava sereno, tranquilo, mas muito abalado com o que aconteceu. Ninguém sabia que ele sofria bullying, foi uma surpresa para todos", revelou o escrivão Marcos Paulo Passos, que colheu o depoimento, ao "G1".

À polícia, o pai contou que nunca recebeu reclamações do filho sobre bullying. Sobre a arma, ele disse que estava descarregada e que ficava guardada sobre o guarda roupas. Já a munição, estava guardada em uma gaveta em outro quarto. O policial militar falou ainda que não sabe como o filho localizou a chave. Ele contou também que o menino nunca teve acesso à arma, nem pediu para atirar.

A Polícia Civil apreendeu o tablete do estudante, que vai ser investigado para saber se o adolescente planejou o crime. 

Via noticiasaominuto

Três dias após massacre, estudantes retornam à escola em Goiânia


Na manhã desta segunda-feira (23), as mochilas dos estudantes estavam distribuídas no pátio da escola, de acordo com o ano dos alunos.

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Três dias após a tragédia em que um adolescente de 14 anos matou dois colegas de classe e feriu outros quatro, pais e alunos retornaram à escola particular onde tudo aconteceu para buscar o material que ficou para trás na fuga. Na manhã desta segunda-feira (23), as mochilas dos estudantes estavam distribuídas no pátio da escola, de acordo com o ano dos alunos.

Pela fresta da fachada da unidade era possível observar, no espaço destinado ao oitavo ano, turma do atirador e das vítimas, uma mesa com estojos, garrafas e cadernos cujos donos não foi possível identificar.

Alguns alunos e pais saíram emocionados da escola. "Minha filha saiu da sala no momento do primeiro tiro. Ela ficou transtornada. Não tenho intenção de tirar meus filhos daqui [da escola]", disse o pai de dois alunos do Colégio Goyases, na periferia de Goiânia.

Dois policiais civis e dois bombeiros estiveram na escola nesta manhã, mas não foram atendidos pelos diretores da escola, que também se recusaram a falar com os jornalistas. Até o momento, a escola só se manifestou por meio de uma nota em que diz que seus responsáveis estão de luto e pede que não se faça qualquer julgamento.

De acordo com a mãe de um aluno que falou em nome dos diretores, ainda não há previsão de retomada das aulas. Uma reunião administrativa na tarde desta segunda definirá os novos rumos do calendário escolar.

Depoimento
Na manhã desta segunda-feira, o pai do atirador foi ouvido novamente pela polícia. Ele já havia prestado depoimento na última sexta (20), dia da tragédia. A expectativa é que o garoto seja ouvido pelo juiz nesta tarde.

O promotor Cássio Sousa Lima, que ouviu no fim de semana o adolescente, disse que ele agiu com "extrema violência e frieza". Na representação apresentada à Justiça, Sousa Lima afirma que constatam-se indícios "mais do que suficientes" para pedir a internação provisória do garoto por 45 dias.

"No presente caso, é evidente a extrema violência e frieza no planejamento e execução da conduta típica, como também o considerável número de vítimas atingidas, assim, a medida se perfaz em imprescindível instrumento acautelador social, com o fim de evitar-se a prática de novos atos infracionais graves, resguardando-se a ordem pública", afirmou o promotor.Para ele, a internação é necessária para que o jovem "se conscientize da gravidade do ato infracional praticado, sob pena de, no caso de liberação, caracterizar-se um verdadeiro estímulo para a prática de novas infrações".

Para tentar evitar que o garoto seja condenado à punição máxima prevista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) - três anos de internação -, a defesa pretende alegar que ele nunca teve nenhum caso de violação à lei e que tem uma família estruturada.

Com informações da Folhapress.

Tinha que impedi-lo, diz coordenadora que conteve atirador em escola


Simone conta que estava na biblioteca quando ouviu o primeiro tiro.

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"Eu fiquei com medo de ele entrar nas salas onde tinham outros alunos. Então eu tinha que impedi-lo", afirmou Simone Maulaz Elteto, coordenadora do Colégio Goyases, em Goiânia, onde um adolescente de 14 anos matou dois colegas de sala e feriu outros quatro na última sexta-feira (20).

No relato, feito ao "Fantástico", da TV Globo, ela conta que estava na biblioteca quando ouviu o primeiro tiro. Ao seguir para a sala do 8ª ano, onde estudavam o atirador e as vítimas, viu crianças correndo e gritando. "Quando entrei, vi os alunos caídos, feridos e muito sangue. E ele estava com a arma em punho", afirmou.

"Tinha só ele, eu e os alunos feridos, então eu me aproximei dele, não tive medo, coloquei a mão no ombro dele e falei: 'o que que houve?', 'está tudo bem?'. Ele estava um pouco alterado".

A coordenadora afirma que pediu calma ao jovem que estava armado com uma pistola .40 de sua mãe, que é policial militar. Inicialmente, ele se recusou a entregar a arma e pediu que o pai fosse chamado, enquanto isso, o garoto seguiu para fora da sala, com a coordenadora ao seu lado.

"Ele continuou caminhando e eu tentando me posicionar, sem movimento bruscos, na frente dele. Nesse momento, ele estava com a mão assim e a arma ficou apontada pro meu abdômen. A mão direita eu pus no ombro dele e a mão esquerda eu fui empurrando devagar a arma pro rumo da parede".

Coordenadora e aluno foram até a biblioteca, onde permaneceram até a chegada da polícia. "Eu saí correndo da biblioteca e gritei pros policiais que eu precisava de ajuda. Me encaminhei até a sala do 8º anos, onde tinham os alunos que eu tinha visto feridos, até então eu achei que estavam só feridos", afirmou ela.

Elteto afirmou ainda que nunca percebeu ou recebeu queixas em relação à bullying que o atirador estaria sofrendo dentro da sala de aula. O próprio menino falou à polícia que era vítima de gozações de colegas. Outros estudantes disseram que ele era chamado de "fedorento" por não usar desodorante.

A mãe de João Pedro Calembo, 13, um dos jovens que morreu no ataque, já tinha rebatido a teoria de bullying nas redes sociais. "Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que você tem lido. Nós e a escola sabemos que não foi assim. Somos pais presentes, disponíveis, empenhados na educação dos nossos três filhos", disse. 

Com informações da Folhapress.

domingo, 22 de outubro de 2017

Após disparos, atirador de GO chamou pelo pai, diz conselheiro


Na ficha estudantil do atirador não há registro de 'anormalidade nem reclamação por parte dele ou da família de que era vítima de bullying'.

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"Oque eu estou fazendo? Cadê o meu pai?" Essas foram as primeiras palavras que o atirador de 14 anos disse à coordenadora da escola particular Goyases, em Goiânia, após matar a tiros dois colegas de sala e deixar outros quatro feridos, segundo o conselheiro estadual de educação de Goiás e presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, Flávio Roberto de Castro.

Ele conversou com a coordenadora da escola, que não tem previsão para retomar as aulas.

"Foi a coordenadora que conversou com o aluno [atirador] e conseguiu segurar a arma dele [que ficou descarregada após uma sequência de ao menos 11 tiros]. Ela conversou com ele, que disse a ela: 'O que eu estou fazendo?'", contou o conselheiro. "Em seguida, a coordenadora contou que ele perguntou 'cadê o meu pai?' e ela disse que já estava ligando para ele [um major da PM]."

A polícia nega a versão de que a arma foi segurada pela coordenadora, que apenas teria conversado com o atirador.

Castro afirmou que mantém contato com a coordenadora e que também tem se reunido com frequência com os integrantes da direção da escola, para acompanhar o caso e oferecer assistência.

Na ficha estudantil individual do atirador, de acordo com o conselheiro, não há qualquer registro de "anormalidade nem reclamação por parte dele ou da família de que era vítima de bullying".

Filho de policiais militares, o atirador usou uma arma da corporação sob responsabilidade do pai para praticar os atos infracionais. Ele é aluno da escola há muitos anos e tem um irmão mais novo que também estuda na unidade de ensino.

"Uma professora relatou que conversou com ele antes sobre a mostra de ciências que aconteceria no outro dia normalmente. Nunca houve conversa dele sobre isso [bullying] com professores. Nunca houve conversa dos pais dos alunos com a escola para dizer que ele tinha problema com isso", afirmou o conselheiro.

"Muita gente diz que ele sofria bullying, mas, com esse aluno, houve uma situação de brincadeira e ele potencializou essa brincadeira", afirmou Castro, referindo-se ao suposto fato de que o atirador era chamado de "fedorento" por um dos colegas de sala que ele matou. "Dizer que foi bullying é muito precipitado", acrescentou.

Quatro psicólogos estão realizando acompanhamento terapêutico junto aos coordenadores e membros da direção da escola. A partir da próxima quarta-feira (25), a escola deve fazer reunião com pais e professores para reprogramar o calendário escolar. Isto porque terça-feira (24) é feriado por causa do aniversário de Goiânia, antecedido por ponto facultativo.

A reportagem da Folha de S.Paulo ligou para a advogada da família do atirador, Rosângela Magalhães, e enviou mensagem por WhatsApp, na tarde deste domingo, mas ela não se manifestou. 

Com informações da Folhapress.

Mãe pede que não julguem filho morto em escola: 'não foi assim'

Barbara Melo, mãe de João Pedro Calembo, de 13 anos, fez post emocionado no Instagram.

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"Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que vc tem lido. Nós é a escola sabemos que não foi assim". O desabafo é de Barbara Melo, mãe de João Pedro Calembo, de 13 anos, um dos dois adolescentes mortos a tiros por um colega de 14 anos, dentro do Colégio Goyases, nesta sexta-feira (20). O relato foi publicado no Instagram, neste sábado (20), após velório e sepultamento de João Pedro.

Mais cedo, o pai de João Pedro, o publicitário Leonardo Calembo, 41, emocionou ao declarar: "Eu já perdoei desde o início. Foi uma fatalidade", se referindo ao autor dos disparos, que teve a internação preventiva decretada por juíza na noite deste sábado. 

"João Pedro é mesmo cristão. Um dia chegou até mim e disse 'pai, tenho um colega que sofre muito preconceito. Eu disse 'meu filho, você tem que orar por ele'. Sempre ensinei a respeitar o próximo", disse. João Pedro deixa dois irmãos, de 6 e 8 anos. A segunda vítima,  João Vítor Gomes, de 13 anos, também foi enterrada na manhã deste sábado, sob comoção.










MP pede internação de 45 dias de aluno que atirou em colégio de Goiânia


Adolescente se disse arrependido pelo ataque; por ser filho de militares, ele deve ficar sob esquema especial de segurança em unidade de internação.

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O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pediu, neste sábado (21), que o adolescente que atirou em colegas no colégio Goyases, matando dois e ferindo quatro, seja submetido a internação provisória de 45 dias. As informações são do jornal O Globo.

O promotor de Justiça Cássio Sousa Lima colheu depoimento do menor, que continua detido na delegacia que cuida de atos infracionais em Goiânia. O garoto demonstrou arrependimento pelo ataque.

O pedido de internação provisória foi encaminhado à Vara de Infância, e pode ser decidido ainda nesta semana. Como é filho de militares, ele deve ficar sob esquema de segurança especial. A punição máxima a que pode ser submetido é uma internação de três anos.

Sousa Lima afirmou, ainda, que a arma usada no crime estava escondida na residência da família. "Ele vasculhou a casa até encontrar. A princípio, não acredito em omissão dos pais. Mas, caso o MP e a Justiça verifiquem a culpa dos pais, eles poderão ser processados", afirma o promotor.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Adolescente que atirou em colegas se inspirou em Columbine e Realengo


Segundo delegado, ele afirmou que foi motivado por bullying e disse que se inspirou nos casos da escola de Columbine (ocorrido nos Estados Unidos), e de Realengo (no Rio de Janeiro).

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Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira (20), o delegado Luís Gonzaga, da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais da Polícia Civil de Goiás, confirmou que um adolescente de 14 anos foi o autor do ataque com arma de fogo ocorrido no fim dessa manhã, no Colégio Goyases, localizado no bairro Conjunto Riviera, em Goiânia. Dois estudantes da mesma turma do autor do ataque morreram no local, e quatro ficaram feridos.

O estudante já foi ouvido pela polícia. Segundo o delegado, ele afirmou que foi motivado por bullying e disse que se inspirou nos casos da escola de Columbine (ocorrido em 1999, nos Estados Unidos), e de Realengo (em 2011, no Rio de Janeiro). No depoimento, o estudante narrou que tinha intenção de matar apenas o colega autor do bullying contra ele, mas no momento do ataque, sentiu vontade de fazer mais vítimas.

Os nomes dos jovens envolvidos não foram divulgados para que as famílias sejam preservadas. A arma usada no ataque foi uma pistola que pertencia à mãe do adolescente, que é policial militar. Ele disse que achou a pistola escondida em um móvel da casa. Nem a mãe nem o pai, que também é policial militar, ensinaram o adolescente a atirar.

Ao retirar a arma da mochila para começar o ataque, ele chegou a efetuar um disparo acidental, mas não se feriu. O adolescente foi apreendido em flagrante delito.

Situação das vítimas
De acordo com o diretor técnico do Hospital de Urgências de Goiânia, Ricardo Furtado Mendonça, uma menina de 13 anos está em estado grave na UTI do hospital. Ela foi atingida na mão, pescoço e no tórax. A menina passou por procedimento cirúrgico para drenagem de tórax.

A segunda vítima, também uma adolescente de 13 anos, está consciente e respirando sem aparelhos. Ela teve um pulmão perfurando e passou por cirurgia. A terceira vítima é um menino de 13 anos que está consciente, estável e continua em avaliação. A quarta vítima está no Hospital Acidentados e não teve o boletim médico divulgado.

A Polícia Civil continua com a investigação e deve ouvir os professores e coordenadores da escola. 

Com informações da Agência Brasil.

Atirador de escola de Goiânia era do 8º ano e filho de militares


A escola, localizada no Conjunto Riviera, bairro de classe média, sofreu o atentado por volta do meio-dia.

Nesta sexta-feira (20), um tiroteio deixou ao menos duas pessoas mortas e outras cinco feridas no colégio Goyases, em Goiânia, Goiás.

Um jovem adolescente que estudava no próprio colégio e era do 8º ano, filho de militares, é supostamente o responsável pelos tiros. Ele já estaria sob custódia policial. 

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A escola, localizada no Conjunto Riviera, bairro de classe média, sofreu o atentado por volta do meio-dia.“Informações preliminares dão conta que ele estaria sofrendo bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”, disse o coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz ao portal G1.

O Colégio Goyases tem turmas do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, com crianças e adolescentes de idades entre 6 e 15 anos. Uma estudante, que estava dentro do colégio no momento do tiroteio disse, emocionada, o que aconteceu. “Ele saiu dando tiro em todo mundo da sala. Eu segurei na mão da minha amiga e fui até a polícia. Não sabia o que fazer”, relatou à TV Anhanguera.

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