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terça-feira, 16 de maio de 2017

Merval é o que ele é: o pseudo juiz, o escriba desmilinguido e a triste figura


Davis Sena Filho editor do blog Palavra Livre

Uma mulher inteligente diria: o Merval Pereira cansa a minha experiência, a minha paciência e o meu discernimento objetivo e pontual sobre os fatos, a realidade e a verdade. Sua mediocridade é medonha.

Um homem inteligente diria: o Merval Pereira é tudo o que um homem sensato, justo e ponderado não queria ser, além de me provocar desprezo e repulsa por sua indigência intelectual e sua sordidez sobre as realidades.

As duas definições sobre o menino mimado da famiglia Marinho poderiam ser invertidas, pois a ordem dos fatores não altera o produto, bem como o produto (jornalismo) que o Merval vende é, inquestionavelmente, de má qualidade.

Ninguém merece o que o Merval e seus patrões vendem, mas os acontecimentos vividos nos últimos anos no Brasil vão se encarregar de colocar as Organizações(?) Globo na lixeira da história, porque lugar de lixo é na lixeira, de onde tal oligopólio nefasto e prejudicial à saúde e à qualidade de vida dos brasileiros nunca conseguiu sair, desde os tempos de Getúlio Vargas, de João Goulart, da ditadura civil-militar, de Lula e, por fim, de Dilma Rousseff.

Merval sabe disso, mas o que eu quero realmente é alertar que tal escriba de direita e que jamais vai passar de um medíocre jornalista está a criar novos powerpoints mentirosos e levianos à moda Lava Jato/Deltan Dallagnol, porque verdadeiros penduricalhos chicaneiros no que diz respeito ao Direito e à Justiça.

Merval não passa de um fomentador de mentiras e distorções descabidas e de realidades tão irreais e irracionais quanto às visões delirantes de Dom Quixote de La Mancha, que pelo menos e ao contrário de Merval Pereira se expunha e pagava pela sua exposição em seu cavalgar incompreendido e repleto de equívocos e tristezas.

O porta-voz dos Marinho, não. Ele tem a proteção da tribuna cedida pelos seus patrões, golpistas de direita históricos e sempre de primeira hora, que lutam, sistematicamente, contra o desenvolvimento econômico do Brasil e a emancipação definitiva do povo brasileiro. Os Marinho são tão colonialistas e imperialistas quanto os plutocratas dos países hegemônicos.

Merval está protegido pela redoma de cristal concedida a ele, a fim de que tal sujeito possa fazer o trabalho sujo e pesado contra a democracia, o Estado de Direito e a favor de golpistas e usurpadores que destruíram a economia do Brasil, empobreceram ainda mais o povo brasileiro e mandaram às favas o Estado Democrático de Direito.

O escriba de talento mediano de O Globo e que vez ou outra aparece na Globo News e na CBN para dar pitacos insensatos e desprovidos de conteúdo real, agora desta vez se superou, pois a fazer o papel de togado ou meganha do Judiciário, quando asseverou do alto de sua arrogância de capataz da casa grande: "Há indícios para abrir um processo contra Lula por obstrução de Justiça. É natural e precisa ser investigado. Renato Duque e Leo Pinheiro contaram à Justiça que Lula mandou-os acabar com contas no exterior e apagar anotações que mostrassem a propina da Petrobras (...)"

É simplesmente delirante o Dom Quixote do Globo, que não possui a graça e o carisma do personagem de grandeza mundial e muito menos o talento do grande escritor espanhol, Miguel de Cervantes. A única coisa que este tolo mas maldoso, porque sempre à vontade para repercutir maledicências de ordem golpistas, tem parecido com o Dom Quixote é sua alcunha ou apelido de "Cavaleiro da Triste Figura".

É isto mesmo. Merval é um indivíduo de triste figura, que faz um papel subalterno e subserviente, que tem a finalidade de cooperar com os interesses da alta burguesia, das oligarquias e da plutocracia. Merval é um dos ferreiros da democracia, um dos chicoteadores do Estado de Direito e um dos carcereiros da Constituição.

Triste figura de má-fé intelectual, porque ele, seus patrões, os Marinho, e todos os golpistas que compuseram o consórcio de direita sabem que cometeram crimes de lesa-pátria e depuseram a presidente constitucional e legítima, que obteve 54,5 milhões de votos, que foram miseravelmente rasgados por uma súcia de ladrões, que tomaram o poder de assalto, como fazem os bandidos nas ruas, nos comércios e nas residências de todo o Brasil.

Merval Pereira deveria parar com seu maniqueísmo e macartismo anacrônicos e pensar seriamente em suas maledicências e contradições, se algum dia este senhor pensou, porque até seus livros que supostamente o levaram à ABL são simples compilações e, para variar, sobre o Lula. Merval é o que ele é: o pseudo juiz, o escriba desmilinguido e a triste figura.

Merval não viveria sem o Lula, pois age e se comporta como parasita de sua fama internacional e de sua grandeza política, que acabou de nocautear e deixar tontos meganhas com ares de juiz como o Moro e os procuradores obsessivos do powerpoint digno das maiores covardias morais e indigências jurídicas.

A obsessão pelo maior político da história do País é tanta que o Merval vai acabar "louco" como o Dom Quixote, mas sem ter a lucidez poética de tão doce, simbólico e emblemático protagonista da literatura mundial.


Merval é medíocre, e não convence qualquer pessoa que tenha o mínimo de sinceridade, ponderação e lucidez. Merval, respeite o Estado de Direito e o processo legal, já que os que acreditam em suas elucubrações não respeitam a si próprios. Triste figura é o Merval. É isso aí.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Juiz espanhol que prendeu Pinochet defende mandato de Dilma




Baltasar Garzón Real / Tradução: Carol Proner - 25/04/2016 Redação

"Partindo da consciência crítica de quem pertence a um país que em algum momento histórico exerceu o férreo poder do colonialismo atualmente em debate entre mil contradições e contrariedades, mas também partindo da firmeza democrática e da convicção de defender valores universais como justiça, liberdade e democracia, quero compartilhar com vocês meus sentimentos e algumas reflexões que tenho feito diante da difícil situação que vive institucionalmente o Brasil.

Sinto profundo pesar em observar que pessoas que são referências da boa política, defensores dos direitos sociais, de trabalhadores e daqueles que são os elos mais fracos da cadeia humana estão na mira das corporações que, insensíveis aos sentimentos dos povos, estão dispostas a eliminar todos os obstáculos que se lhes apresentem para consolidar posição de privilégio e controle econômico sobre a cidadania com consequências graves para o futuro. Nessa dinâmica perversa, os grandes interesses não hesitam em eliminar política e civilmente aqueles que o contrariam na defesa dos mais frágeis que sempre foram privados de voz e de palavra para decidir seus próprios destinos.

Mesmo partindo da perspectiva de quem não vive o dia-a-dia da política brasileira, devo dizer que sou capaz de perceber o espetáculo oferecido pelo procedimento de juízo político que está em curso contra a Presidenta Dilma Rousseff e que guarda semelhanças com outros que foram vivenciados por países como Paraguai e Honduras, forjados institucionalmente por parte daqueles que somente estavam interessados em alcançar o poder a qualquer preço.

A interferência constante do Poder Judiciário com o fim de influenciar nesses processos deve cessar. Por experiência, sei os riscos que representam os jogos de interesses cruzados, não tanto em favor da justiça e sim com o objetivo de acabar como o oponente político instrumentalizando a um dos poderes básicos do Estado e fazendo-o perder o equilíbrio que deve preservar em momentos como este, tão delicados para a sociedade. O judiciário deve prosseguir suas atuações sem midiatização política de nenhum tipo, sem prestar-se a jogos perigosos em benefício de interesses obscuros, distantes da confrontação política transparente e limpa.

A perda das liberdades e a submissão da Justiça a interesses espúrios podem custar um preço excessivo ao povo brasileiro. O Poder Judiciário e seus componentes devem resistir e defender a cidadania frente às tentativas evidentes e grosseiras de instrumentalização interessada. O objetivo não parece ser, como dizem, acabar com o projeto político do Partido dos Trabalhadores e seus máximos expoentes, mas submeter à população de forma irreversível a um sistema vicarial controlado pelos mais poderosos economicamente.

A luta contra a corrupção é vital e deve ser prioritária em qualquer democracia, mas é preciso estar atento aos interesses daqueles que pretendem se beneficiar da “cegueira” que supõe a luta em si mesma. A justiça deve manter os olhos completamente abertos para perceber o ataque ao sistema democrático que é perceptívelna realização de uma espécie de juízo político sem consistência nem base jurídica suficiente para alcançar legitimidade e que somente busca tomar o poder por vias tortuosas desenhadas por aqueles que deveriam defender os interesses do povo e não os próprios. Ou ainda daqueles que nunca disputaram eleições e que pretendem substituir a vontade das urnas, hipotecando o futuro do povo brasileiro.

A indignação democrática que sinto ao acompanhar os fatos do Brasil, país pelo qual tenho imenso apreço, me provoca profunda dor e ao mesmo tempo me compele a expressar esses sentimentos diante daqueles que não têm pudor em destruir as estruturas democráticas que tanto tempo levaram para serem erguidas, aqueles que não hesitam em interferir na ação da Justiça em benefício próprio.

Ninguém conquista um reino para sempre e o da democracia deve ser conquistado e defendido todos os dias frente aos múltiplos ataques e isso se faz desde os mais recônditos lugares do país, de uma mina, uma pequena fábrica, do interior da Floresta Amazônica já tão atacada e deteriorada por interesses criminosos, das redações dos periódicos ou plataformas televisivas que servem de tentação à submissão corporativa, das ruas das cidades e dos púlpitos das igrejas, das favelas e dos conselhos de administração das empresas, das universidades, das escolas, em cada casa da família brasileira é preciso lutar diuturnamente pela democracia. E é obrigação de todas e todos fazer isso não somente em seu país, mas também fora, em qualquer lugar, porque a democracia é um bem tão escasso cuja consolidação é missão do conjunto de toda a comunidade internacional.

Tanto o presidente Lula da Silva, a quem conheço e admiro, como a presidenta Dilma Rousseff, com quem nunca estive pessoalmente, representaram o melhor projeto em termos de política social e inclusiva e que, caso tenham incorrido em irregularidades, merecem um juízo justo e direito básico à ampla defesa e não um julgamento ilegítimo em praça pública realizado por quem não tem direito nem uma posição ética para fazê-lo. O povo brasileiro nunca perdoará o ataque frontal à democracia e ao Estado Democrático de Direito.

Madrid, 24 de abril de 2016"

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Dilma, Lula, FHC e Aécio carregando suas cruzes a caminho do céu ou do inferno



Por Dag Vulpi 15/12/2014

Assim como as formigas carregam folhas de tamanhos variados para seus formigueiros, igualmente ocorria com os tamanhos e pesos das cruzes que aqueles que haviam passado dessa para uma melhor carregavam na sua longa jornada rumo a um destino desconhecido, céu ou inferno, de acordo com o merecimento de cada um.

Distinguem-se, porém, pessoas e formigas, no fato de que, enquanto a formiga aceita carregar passivamente sua folha com tamanho e peso diferente das demais, aquela pessoa que carrega a cruz maior do que a dos outros resolveu reclamar com Deus, afinal, ela considerava não ser justo carregar uma cruz tão grande enquanto muitos dos demais carregavam cruzes bem menores, pelo fato de se julgar ter sido uma pessoa justa quando em vida.

Após ouvir reiteradas reclamações, Deus, em sua infinita misericórdia aproximou-se do homem e aconselhou-o a carregar o fardo que havia sido a ele determinado, afinal, cada um deve carregar sua própria cruz. Após ouvir os conselhos de Deus o homem resolveu aceita-los e continuou sua jornada rumo ao destino desconhecido, levando às costas sua enorme cruz. Porém, passados mais alguns minutos ele voltou a queixar-se, e o motivo desta vez nem era mais o peso da cruz, pois ele já havia se acostumado com ele, o que o incomodou de fato foi ele ter identificado entre os demais penitentes três figuras bastante conhecidas do tempo em que ele ainda transitava entre os vivos carregando cruzes minúsculas quando compara a dele.

A cada vez que ele olhava para os lados e via o seu amigo Fernando, que quando em vida havia desgraçado com a vida de muita gente, a do Luiz, que apesar de ter ajudado muitos era excomungado por outros tantos, e para a infeliz da dentuça, todos três carregando aquelas cruzes miúdas, ele não coube dentro de si, e mais uma vez chamou Deus para fazer uma veemente reclamação. Deus aproximou-se novamente do homem e tentou acalma-lo dizendo que Ele havia revisto o livro da sua vida e que tanto o tamanho, quanto o peso de sua cruz estavam de acordo com tudo aquilo que ele havia feito na terra, porém, como Deus sabia que um dos maiores defeitos dele era o de quando em vida não aceitar as coisas como realmente eram, um bom exemplo disso foi o fato de ele não admitir ter sido preterido nas urnas, e ainda, o fato de naquela caminhada ter a presença de muitos que o mimavam em suas pirraças quando em vida, percebendo Deus que a possibilidade de haver manifestações em seu apoio eram grandes e eminentes, Deus resolveu conceder-lhe o direito de poder trocar sua cruz com alguém que ele achava que merecia carregar uma cruz maior que a dele. Ele sentindo-se vitorioso, e de fato, naquela situação conseguiu vencer "no grito", passou a observar o fardo dos demais, olhou para o Fernando, olhou para o Luiz e finalmente olhou para a Dilma, pensou consigo mesmo, agora eu acabo com aquele sorriso amarelo daquela dentuça. Ele explicou para Deus que não era nada pessoal, mas que havia se decidido por trocar sua cruz, por aquela que a comunista carregava. Tá certo disse Deus, já que você assim deseja, e para evitar que comessem a fazer manifestações em seu apoio, assim será feito, e no mesmo instante a enorme cruz que ele carregava passou para as costas da Dilma, e a dela, que era muito menor que a dele, apareceu em suas costas. Porém, para sua surpresa, a cruz que ela carregava, apesar de ser bem menor, pesava quase o dobro da que ele carregava antes. Aí ele se desesperou ao ver que a Dilma começou a rir mostrando suas enormes canjicas para ele e, com toda sua ingenuidade, imaginando ter sido aquela  uma gentileza da parte dele, agradeço-o e falou: “muito obrigado comedor de pão com queijo, foi bom saber que você não é rancoroso e, mesmo sofrendo derrotas consecutivas em todos os turnos, e de ter me chamado de leviana, ainda assim fez essa gentileza de trocar sua cruz levinha pela minha que pesava dez vezes mais. Pode estar certo de que, caso nós formos para o mesmo local, e se você concorrer a algum cargo eletivo, terá meu voto”. Aí, ela virou-se para o Luiz, deu uma piscadela para o “cumpanheiro” que seguia ao seu lado e seguiu sua jornada com aquela enorme, porém levíssima cruz. 

Moral da história: Cada um deve carregar sua própria cruz e saber que nem sempre a cruz que parece ser maior necessariamente é a mais pesada.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A falta de coerência prejudica a consistência da atual oposição brasileira


Essa postagem não tem por objetivo desmerecer partido ou militância política, mas sim questionar a forma como vem sendo conduzida e a eficiência da oposição ao atual governo. Sua participação, enquanto oposição vem se mostrando ineficaz na influencia colaborativa para a condução dos rumos da política nacional. As provas de sua ineficiência não estão somente nos resultados dos últimos quatro pleitos eleitorais para a escolha presidencial, mas também, na forma como o atual governo vem conduzindo a política administrativa neste período. Ou seja, a oposição não está conseguindo influenciar na administração do PT tampouco sensibilizar o eleitorado de que ela poderia vir a ser uma melhor opção.  

Alguns pontos do atual momento político vivido pela oposição no Brasil que considero merecedores de uma atenção especial são:

Enquanto a MILITÂNCIA psdbista, assim que saiu o resultado das urnas, tratou de implantar o “terror” nas redes sociais e nas ruas EXIGINDO:

O impeachment da presidenta reeleita;
A intervenção norte americana no nosso país;
A intervenção militar e;
Uma auditoria nas urnas.

O candidato da oposição derrotado nas urnas, mas fortalecido pelo resultado, fez seu pronunciamento oficial dizendo: “Olha, eu não sou golpista, sou filho da democracia. (…) Não acho que exista nenhum fato específico que leve a impeachment. Essas manifestações que se misturam nas manifestações democráticas tem nosso repúdio mais veemente".  Afiançou o Senador  Aécio Neves.

No seu pronunciamento oficial pós-eleitoral o senador derrotado nas urnas reconhecendo sua derrota, parabenizou a candidata reeleita e a desejou. Afirmando ser contrário a pedido de Impeachment e dizendo ser contrário à intervenção militar e/ou dos EUA.

O que pode-se deduzir, ao menos neste momento, diante de tantas contradições entre o partido e a sua militância, é que não existe uma coesão de ideias entre eles, e essas incoerências são fatais para a sustentação de qualquer oposição em qualquer lugar do mundo. Imaginemos então aqui no nosso querido Brasil varonil.


domingo, 5 de outubro de 2014

A Revolução Cubana e o Saci Pererê


Por Marco Lisboa no Consciência Política
 
É próprio do ser humano criar imagens e mitos sobre processos que conhecemos pouco. A revolução cubana atraiu minha atenção desde o início. Em 59, minha simpatia estava toda com os barbudos. Minha e de toda uma geração. Lembro-me da revista A Turma do Pererê, do Ziraldo, que dedicou um número à luta entre o Saci e a turma rival, que havia tomado a Mata do Fundão. O uniforme dos rebeldes era uma barba postiça, numa alusão claríssima aos cubanos.

Mais tarde, quando começou minha militância política, tomei uma posição mais crítica. O voluntarismo das organizações revolucionárias, que queriam criar vários Vietnãs na América Latina, copiando o que achavam ser o modelo cubano, não me atraia.

Na década de 70, Cuba se tornou um aliado incondicional da União Soviética e com a derrota da luta armada em praticamente toda a América Latina, perdeu seu poder de atração.

Em 90, com a queda do bloco soviético, a ilha ficou por conta própria. Foi o chamado período especial. Em 97 visitei Cuba. Encontrei um país vivendo quase todo de cesta básica, uma falta de absurda de itens básicos e um povo extremamente caloroso e hospitaleiro. Havia um corte claro de gerações. Os mais novos, que não conheceram o regime de Batista e os avanços espetaculares dos primeiros anos, só tinham como referência o retrocesso e a queda do padrão de vida. Eram frequentes às reclamações sobre a falta de liberdade.

Recentemente, com a doença de Fidel e o anúncio das reformas, comecei a me interessar mais de perto por Cuba. Vejo nela sinais preocupantes, que podem levar à uma implosão no estilo soviético. Durante anos, havia reunido uma pequena biblioteca sobre a Revolução Cubana e comecei a estudá-la, além de pesquisar na Internet.

Gosto muito deste trabalho de confrontar várias fontes e informações conflitantes. Vários conceitos prévios tiveram que ser modificados e aos poucos vai surgindo uma imagem mais coerente.

Quando li as memórias de Gregório Bezerra, deparei com uma imagem muito poderosa, que era uma constante na defesa que ele fazia dos desvios e deformações da Revolução Russa: um sexto do mundo estava construindo o socialismo e aos capitalistas interessava desmoralizar esta experiência, para continuarem dominando a classe operária. Por isso, ele defendia incondicionalmente os dirigentes soviéticos.

Em relação à Cuba, criou-se a imagem das 90 milhas, ou dos 120 Km de distância, que a separam dos Estados Unidos. O embargo, além da ameaça constante de uma intervenção, somados a presença americana em Guantánamo, são um atenuante à qualquer crítica mais contundente.

Entretanto, há uma face oculta da Revolução que não admite nem remotamente a desculpa das 90 milhas: a repressão aos homossexuais e o seu confinamento em campos de concentração.

Logo nos primeiros anos da revolução, no seu período romântico, os dirigentes adotaram a ideia de que era preciso construir um novo homem. Neste modelo, o puritanismo, o tradicional machismo cubano e o realismo socialista soviético se fundiram para decretar que os homossexuais eram covardes por natureza, sujeitos à chantagem, potencialmente inimigos da revolução e perigosos por sua influência sobre a juventude.

Foram criados os campos de concentração intitulados de UMAP. Unidades Militares de Ajuda a Produção. Para eles foram enviados os homossexuais, os afeminados, os jovens que usavam calças justas e cabelos compridos, os hippies, os crentes e uma série de indesejáveis. Pablo Milanés foi um destes.
Além dos maus tratos que sofreram nos campos, que incluíam maus tratos físicos e péssima alimentação, os homossexuais foram, em muitos casos, proibidos de exercerem suas profissões. O surrealismo chegou ao ponto de um cidadão ser proibido de trabalhar e ser perseguido por ser um parasita, já que não trabalhava.

Fidel Castro, pessoalmente, assumiu esta campanha. Faz pouco tempo, ele admitiu que errou. A sua sobrinha, Mariela, atualmente a frente do CENESEX, Centro Nacional de Educação Sexual, por ironia da história, é lésbica. Hoje em Cuba, já se realizam operações de mudanças de sexo. Há uma piada que diz que em Cuba é mais fácil mudar de sexo do que mudar de partido.
Ela declarou sobre as UMAP e às perseguições sofridas pelos indesejáveis:

"Pedir perdón sería una gran hipocresía. (…) Me alegro que aquí no se pida perdón, sino que se traten de establecer reglas y leyes para que nunca más ocurra".

Governar é nunca ter que pedir perdão.

terça-feira, 13 de maio de 2014

O que foi dito bêbado foi pensado sóbrio


Por Graça Taguti
Ah, quantos de nós temos coragem de traduzir em palavras as explosões de afeto, fúria ou ódio, claramente estampadas em nossos olhos. Quantos de nós se escondem atrás dos véus da conveniência, ardilosas maquiagens, máscaras de bem-se-relacionar no cotidiano, guardando tudo o que nos ameaça ou fragiliza no quarto escuro de emoções cansadas, amassadas e contraditórias.

Francamente. Quase não há espaço para o amor e a ternura se acomodarem junto ao medo, a insegurança e a frieza, pois o quarto é diminuto — do tamanho de uma solitária prisional. Nele se empilham sentimentos opostos, paradoxos da alma.

A dor e a ternura se acotovelam, exaustas. Durante os dias inteiros de nossa existência, esses, dentre tantos outros sentimentos aglomerados no escuro e sujo cubículo, se empurram, pisoteiam, à cata de algumas moléculas de oxigênio que tragam um pouco de paz e conforto aos nossos conturbados corações.

sábado, 1 de março de 2014

A fome na Ucrânia - um dos maiores crimes do estado foi esquecido

comunismo1.jpg

Por   no site  Mises Institute
Como ocorre em todos os regimes totalitários, a Rússia bolchevista temia toda e qualquer manifestação de sentimento nacionalista entre aqueles povos que eram reféns do regime.  A propaganda bolchevique relativa aos direitos das várias nacionalidades dentro da esfera de influência da Rússia mascarava o temor do regime em relação ao poder do nacionalismo.

No início de 1918, o líder russo Vladimir Ilitch Lênin tentou impor um governo soviético sobre o povo da Ucrânia, o qual, apenas um mês antes, em janeiro, havia declarado sua independência.  De início, o objetivo de Lênin havia sido aparentemente alcançado.  Esse governo soviético imposto à Ucrânia tentou de imediato suprimir as instituições educacionais e sociais ucranianas; há até relatos sobre a Cheka, uma precursora da KGB, matando pessoas pelo crime de falar ucraniano nas ruas.

Embora o povo ucraniano tenha, ao final de 1918, conseguido restabelecer sua república, essa vitória foi efêmera.  Lênin, sem dúvida, iria querer incorporar a Ucrânia ao sistema soviético de qualquer jeito, porém seu real desejo de assegurar o controle da Ucrânia era por causa de seus grandes recursos naturais.  Em particular, a Ucrânia ostentava o solo mais fértil da Europa — daí o seu apelido de "o manancial da Europa".
Já no início de 1919, um governo soviético havia novamente sido estabelecido na Ucrânia.  Porém, esse novo governo soviético acabou se tornando mais um fracasso.  Todos esses eventos estavam ocorrendo durante aGuerra Civil Russa, e a ajuda de facções rivais contribui para um segundo triunfo da independência ucraniana.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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