Líderes da oposição chegaram ontem (7) para mais uma reunião com o presidente da comissão que analisa o impeachment
da presidenta Dilma Rousseff, deputado Rogério Rosso (PSB-DF), sem
esperança de um acordo. Com 118 parlamentares inscritos para falar sobre
o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que ontem votou pela
continuidade do processo, há impasse em torno da continuidade dos
trabalhos durante o próximo fim de semana para garantir que o debate
seja esgotado e o texto possa ser votado a partir das 17h da próxima
segunda-feira (11).
“Acordo nunca vai ter”, apostou o líder do
DEM, Pauderney Avelino (AM). Da mesma legenda, Mendonça Filho (PE)
explicou novamente que o objetivo perseguido pela oposição é garantir
voz a todos para evitar que qualquer deputado fique sem direito de se
manifestar e questione os trabalhos da comissão na justiça, paralisando o
andamento do processo no Congresso. “Se não houver discussão no fim de
semana, não haverá tempo hábil. O governo trabalha no caminho da
judicialização”, acusou.
Números
Com a leitura do relatório na sessão
de ontem (6), um pedido de vista já esperado adiou os debates para
amanhã (8), na sessão marcada para às 15h. Neste encontro ainda podem
aparecer novos inscritos. Os 130 integrantes do colegiado têm direito a
15 minutos para se manifestar. Não membros podem falar por 10 minutos.
Rosso quer que toda a discussão termine antes das 17h do dia 11 para que
até às 19h a comissão conclua o trabalho e encaminhe o relatório para o
plenário da Câmara, onde, para qualquer resultado, são necessários 2/3
dos votos (342).
Mendonça Filho foi o encarregado de anunciar a
nova contabilidade que partidos da oposição têm feito quase diariamente.
Enquanto o governo evita cravar número de parlamentares contrários ao
impeachment, o parlamentar afirmou hoje que já são 353 votos pelo
impedimento de Dilma e fez um apelo aos deputados que ainda não
decidiram como vão votar.
“Respeito a posição de cada
parlamentar, mas a pior situação é a omissão. Certeza que o clima [pro
impeachment] é crescente. Alguns afirmam estar indecisos porque não
estão aguentando a pressão do governo, mas na hora do voto vão se
posicionar”, afirmou.
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