segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Lava Jato: MPF/PR denuncia mais 11 pessoas por corrupção, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro


Denunciados estão envolvidos em um esquema de corrupção para a contratação da Schahin Engenharia como operadora do navio-sonda Vitoria 10.000 pela Petrobras. MPF quer reparação de danos no montante de R$ 53,5 milhões

14/12/2015

A Força-Tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) denunciou, nesta segunda-feira, 14 de dezembro, 11 pessoas envolvidas em um esquema de corrupção para a contratação da Schahin Engenharia, em 2009, como operadora do navio-sonda Vitoria 10.000 pela área internacional da Petrobras. As denúncias envolvem crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e corrupção ativa e passiva. Na ação, o MPF pede o valor mínimo de reparação dos danos causados no montante de R$ 53,5 milhões.

Foram denunciados José Carlos Bumlai, Salim Taufic Schahin, Cristiana Barbosa Dodero Bumlai, Milton Taufic Bumlai Schahin, Mauricio de Barros Bumlai, Fernando Schahim, Nestor Cuñat Cerveró, Jorge Luiz Zelada, Eduardo Costa Vaz Musa, Fernando Antonio Falcão Soares (Fernando Baiano) e João Vaccari Neto (veja a especificação dos crimes abaixo).

Corrupção - Entre outubro de 2006 e de janeiro de 2009 (o que abrangeu o período em que Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Eduardo Musa ocupavam cargos de relevância na Área Internacional da Petrobras), Milton, Fernando e Salim Schaim ofereceram U$ 1 milhão como vantagem pessoal a Eduardo Musa, além da quitação de dívida no valor de R$ 18 milhões (que, na realidade, eram R$ 49 milhões quando considerados os juros) a Cerveró, Zelada e Musa (como vantagem indevida em favor do Partido dos Trabalhadores -PT), em benefício de José Carlos Bumlai, Mauricio Bumlai, Cristiane Dodero Bumlai e João Vaccari Neto e do Partido dos Trabalhadores. O valor foi oferecido para determinar os funcionários públicos a favorecer a empresa Schahin Engenharia nas negociações para a contratação da operadora do navio-sonda Vitoria 10.000. O custo da do contrato de afretamento do navio foi de U$ 1,6 bilhão. 

A aceitação da vantagem indevida foi intermediada por Fernando Baiano e João Vaccari Neto, atendendo a pedidos de José Bumlai e Salim Schahin. Baiano foi responsável pela aproximação com a área técnica da diretoria internacional da Petrobras e Vaccari fez os contatos políticos no PT e na Petrobras para viabilizar a contratação. 

Gestão fraudulenta – Entre outubro de 2004 e dezembro de 2009, Milton e Salim Schahin, Cristiane Dodero Bumlai e Mauricio Bulmai geriram fraudulentamente instituições financeiras do Grupo Schahin (Banco e Securitizadora Schahin) e concederam empréstimos e renovações de empréstimos fraudulentos para José Carlos Bumlai, no valor total de R$ 12.176.850,80, e para a empresa Agro Caieira (R$ 18.204.036,81).

Lavagem de dinheiro - Entre janeiro e dezembro de 2009, Salim Schahin, José Carlos Bumlai, Cristiane Dodero Bumlai e Mauricio Bumlai ocultaram e dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade ilícita de R$ 18 milhões (que equivaliam, na verdade, a R$ 49 milhões quando considerados os juros incidentes) provenientes de crimes contra o sistema financeiro e de crimes de corrupção em face da Petrobras. Para isso, utilizaram-se da simulação de uma triangulação de negócios jurídicos envolvendo as empresas Schahin Securitizadora; Fazenda Agromasa; Fazenda Agropecuária Alto do Turiaçu (todas pertencentes ao Grupo Schahin) e Agro Caieiras (de José Bumlai e seus filhos). A operação tinha por objetivo ocultar e dissimular o pagamento da vantagem indevida em favor do PT e de José Carlos Bumlai, Cristiane e Mauricio Bumlai. A fraude consistiu na celebração de um contrato de transação e liquidação de dívida entre a Schahin Securitizadora de Créditos e Agro Caieiras, que envolveu a compra e venda simulada de embriões de gado de elite. 

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