terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Bolsa Família e o Pânico - Medo da Igualdade Social

Por Marcos Rebello no grupo Consciência Política Razão Social (Facebook)

O título desta postagem sumariza bem os ânimos no Brasil de hoje:

"Eu tenho sim o desejo de ver o Brasil sem injustiças, mas eu não tenho nenhum pânico diante de programas como o Bolsa-Família."

O que eu tenho visto de maneira generalizada são discursos inflamados, mesmo alguns de pouca intensidade dependendo do nível cultural do individuo, que são visíveis afetações, resultado do que tem sido feito pela grande mídia. A nuvem está muito espessa e está inviabilizando uma objetividade muito necessária neste estágio dos acontecimentos no país. 

Por um lado o governo está visivelmente dinamizando todos os setores da economia, da cultura, da infraestrutura e do social, mas a contrapartida política da oposição está sendo, também visivelmente, contrária disseminando um alarmismo sobre a possibilidade de uma virada comunista. 

Eu sinceramente não vejo a necessidade deste alarme desde que a dinamização econômica está indicando positivamente para um avanço da iniciativa privada. O que eu vejo é uma dificuldade em setores sociais, culturalmente cativos, em aceitar mudanças.

O problema no discurso de algumas classes está na desconexão entre as responsabilidades do governo federal com o todo da nação. Elas estão constatando que o governo está reconfigurando as forças sociais alterando os privilégios de alguns setores privados que sempre aparelharam os governos. É precisamente este fator psicológico que está sendo afetado por esta mudança de paradigma. Esta classe está sendo forçada a se descolar de um sistema que ceifou a maioria da sociedade em prol de uma minoria. É este ajuste cultural e psicológico que está ocorrendo de maneira catártica, mas necessária.

A corrupção e o aparelhamento da máquina administrativa é uma consequência direta do obsoletismo do estado moderno. De um lado temos a facilidade com que se faz dinheiro na política e do outro o enorme hiato entre representante e representado por onde se metem os grandes interesses que negociam diretamente com os representantes à revelia e contra os eleitores que são a maioria da sociedade. Por isso fala-se em Reforma Política, em Constituinte Exclusiva, limites em contribuições para Financiamento de Campanha, etc. 

Por outro lado, um país como o Brasil, dotado de um tamanho, uma diversidade e desníveis brutais, é impossível que qualquer governo cuide ao mesmo tempo de tudo de forma parelha para que desapareçam os desníveis.

Algo vai ter que ficar sempre de fora no processo administrativo de qualquer governo e não adianta reclamarmos antes de que haja uma mudança na estrutura política existente ou na maneira como se formam as forças políticas.


Eu particularmente acho que está na hora de repensarmos a forma de governo devido ao estágio em que está a humanidade. Se por um lado existe muito desenvolvimento e pouca distribuição, por outro está havendo uma luta acirrada e muito perigosa pelo poder global. O ponto de inflexão está para um domínio absoluto ou um conflito de grandes proporções.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!

Abração

Dag Vulpi

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook